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Minha filha me ligou desesperada, diz moradora que precisou abandonar prédio em Niterói

Gustavo Maia

Do UOL, em Niterói

14/12/2012 17h27Atualizada em 14/12/2012 20h59

A comerciante Rosana Andrade dos Santos, 33, moradora do prédio localizado no bairro de Ponta d'Areia, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, interditado sob risco iminente de desabamento, afirmou que ficou sabendo que parte da fachada havia caído ao receber uma ligação da filha mais velha.

"Eu estava na barca, indo para o Rio, quando minha filha mais velha me ligou desesperada, dizendo que tinha caído tudo. Eu pedi para o homem da barca voltar e vim correndo para cá", contou. "Graças a Deus elas ficaram bem. O dano só foi material, mas isso a gente corre atrás".

Rosana mora com as duas filhas --uma de 15 e outra de três anos--, com o marido e com o cunhado. As meninas se hospedaram na casa de uma amiga. Já Rosana passou a noite na rua, próximo ao edifício. Ela diz que não sabe o que fará se não puder voltar para casa.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Niterói, 17 famílias estão desalojadas e foram cadastradas pela Secretaria de Assistência Social, mas apenas 12 delas aceitaram ir para o abrigo municipal, localizado no centro da cidade. Muitos deles passaram a madrugada nas calçadas da rua, e outros se abrigaram em casas de parentes.

Na tarde desta sexta (14), mais uma parte da fachada desabou, assustando um grande número de curiosos e moradores que se aglomeram em volta do edifício.

Segundo a Defesa Civil Municipal, há "risco efetivo de desabamento" do prédio ainda hoje. Ainda de acordo com o órgão, o imóvel teve afundamento de piso e deslocamento de alvenaria. Não há previsão de liberação para que os moradores voltem a suas casas, nem mesmo para pegar seus objetos pessoais. às 16h30, ventava muito no local, e uma chuva forte começou às 17h.

Segundo Alexsandro Vila Nova, 27, também morador do prédio, há cerca de oito anos já havia uma pequena rachadura na fachada do prédio. "Começou a chover, veio aquela ventania forte e a gente ouviu um estalo no prédio. Saí correndo quando ouvi outros moradores gritando", lembrou, ao falar sobre a noite de quinta-feira (13).

Por volta das 19h30, uma equipe da Ampla, concessionária responsável pela distribuição de energia em Niterói, chegou ao local para cortar interromper o fornecimento de eletricidade para o imóvel ameaçado.

A ação ocorreu a pedido da Defesa Civil do município, para aumentar a segurança dos presentes em caso de desabamento do prédio. Desde a noite da quinta (13), há apartamentos com luz ainda acesa.

Técnicos da Defesa Civil de Niterói, que interditou o imóvel já na noite da quinta, realizaram vistoria no local nesta sexta-feira.