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50 mil ficam sem ônibus após greve de motoristas contra horário de almoço em Ribeirão Preto (SP)

Passageiros aguardam ônibus em terminal em frente à rodoviária de Ribeirão Preto (SP) - José Bonato/UOL
Passageiros aguardam ônibus em terminal em frente à rodoviária de Ribeirão Preto (SP) Imagem: José Bonato/UOL

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

21/01/2013 15h31

Pelo menos 50 mil pessoas foram atingidas pela greve parcial de ônibus deflagrada na manhã desta segunda-feira (21) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Motoristas paralisaram o transporte em protesto ao horário de almoço imposto pelo consórcio de empresas responsável pelo transporte coletivo e pela falta de locais adequados para as refeições.

Segundo Alcides Lopes de Souza Filho, 50, vice-presidente do Sindicato dos Empregados do Transporte Coletivo, a categoria é obrigada a fazer intervalo de duas horas de almoço de forma aleatória.“Virou uma bagunça. A lei manda fazer o intervalo a partir da quarta hora de trabalho. Do jeito que a coisa está, os motoristas ficam até dez horas disponíveis às empresas sem receber horas extras”, afirmou.

A paralisação afetou o funcionamento de apenas uma das quatro empresas que integram o consórcio de transporte coletivo. Segundo o sindicato, metade dos 120 ônibus da Rápido D’Oeste permaneceram na garagem, e 52 dos 96 motoristas aderiram à paralisação. O sindicato vai tentar a adesão de mais uma empresa nesta terça-feira (22), quando a tarifa sobe de R$ 2,60 para R$ 2,90.

A empregada doméstica Helenice Gomes Brito, 42, foi obrigada a pegar carona com uma amiga para ir ao trabalho nesta segunda-feira. Ela costuma pegar ônibus diariamente entre 6h05 e 6h10. “Como não passou, uma colega telefonou para o marido e me deu uma carona." Helenice trabalha num apartamento no centro de Ribeirão das 6h20 às 14h30 e acabou chegando ao trabalho por volta das 7h devido à greve.

Segundo um fiscal do consórcio das empresas de transporte que não quis se identificar, a situação ficou caótica no horário de pico da manhã, entre 6h e 8h30. “Mas agora à tarde está normal”, afirmou. A Rápido D'Oeste circula nos bairros da zona sul de Ribeirão Preto.

Outro lado

O consórcio Pró-Urbano informou por intermédio de nota que está conversando com o sindicato para que “o sistema seja normalizado e a população não seja prejudicada”. De acordo com a nota, os intervalos de almoço, alvos de críticas dos motoristas “atendem a uma decisão judicial que obriga o trabalhador a fazer no mínimo uma hora de intervalo para refeição".

Ainda segundo o consórcio, a partir de domingo (27) haverá uma nova escala para os motoristas, na qual o horário de almoço será feito somente após a terceira hora de trabalho. As empresas disseram que também já avaliam a reivindicação a respeito de melhores locais para a alimentação dos funcionários.