50 mil ficam sem ônibus após greve de motoristas contra horário de almoço em Ribeirão Preto (SP)
Pelo menos 50 mil pessoas foram atingidas pela greve parcial de ônibus deflagrada na manhã desta segunda-feira (21) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Motoristas paralisaram o transporte em protesto ao horário de almoço imposto pelo consórcio de empresas responsável pelo transporte coletivo e pela falta de locais adequados para as refeições.
Segundo Alcides Lopes de Souza Filho, 50, vice-presidente do Sindicato dos Empregados do Transporte Coletivo, a categoria é obrigada a fazer intervalo de duas horas de almoço de forma aleatória.“Virou uma bagunça. A lei manda fazer o intervalo a partir da quarta hora de trabalho. Do jeito que a coisa está, os motoristas ficam até dez horas disponíveis às empresas sem receber horas extras”, afirmou.
A paralisação afetou o funcionamento de apenas uma das quatro empresas que integram o consórcio de transporte coletivo. Segundo o sindicato, metade dos 120 ônibus da Rápido D’Oeste permaneceram na garagem, e 52 dos 96 motoristas aderiram à paralisação. O sindicato vai tentar a adesão de mais uma empresa nesta terça-feira (22), quando a tarifa sobe de R$ 2,60 para R$ 2,90.
A empregada doméstica Helenice Gomes Brito, 42, foi obrigada a pegar carona com uma amiga para ir ao trabalho nesta segunda-feira. Ela costuma pegar ônibus diariamente entre 6h05 e 6h10. “Como não passou, uma colega telefonou para o marido e me deu uma carona." Helenice trabalha num apartamento no centro de Ribeirão das 6h20 às 14h30 e acabou chegando ao trabalho por volta das 7h devido à greve.
Segundo um fiscal do consórcio das empresas de transporte que não quis se identificar, a situação ficou caótica no horário de pico da manhã, entre 6h e 8h30. “Mas agora à tarde está normal”, afirmou. A Rápido D'Oeste circula nos bairros da zona sul de Ribeirão Preto.
Outro lado
O consórcio Pró-Urbano informou por intermédio de nota que está conversando com o sindicato para que “o sistema seja normalizado e a população não seja prejudicada”. De acordo com a nota, os intervalos de almoço, alvos de críticas dos motoristas “atendem a uma decisão judicial que obriga o trabalhador a fazer no mínimo uma hora de intervalo para refeição".
Ainda segundo o consórcio, a partir de domingo (27) haverá uma nova escala para os motoristas, na qual o horário de almoço será feito somente após a terceira hora de trabalho. As empresas disseram que também já avaliam a reivindicação a respeito de melhores locais para a alimentação dos funcionários.
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