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Sem polícia, protesto contra a tarifa em Curitiba termina sem violência

Carlos Kaspchak

Do UOL, em Curitiba

14/06/2013 22h10

O protesto convocado contra o aumento das tarifas do transporte coletivo e em solidariedade às vítimas da violência policial em São Paulo (SP) reuniu aproximadamente 2.000 manifestantes na noite desta sexta-feira (14), em Curitiba (PR), na Boca Maldita, ponto histórico no centro da cidade onde acontecem atos políticos. O ato terminou, depois de mais de duas horas percorrendo o centro de Curitiba, sem registro de confusão ou de violência em frente à sede da Prefeitura de Curitiba.

Diferente do que aconteceu em outras capitais, não houve qualquer policiamento na manifestação na capital paranaense. A reportagem do UOL acompanhou a passeata até a sua dispersão no Centro Cívico, na região das sedes da Prefeitura de Curitiba e do governo do Paraná. 

Cenas do protesto em SP

Elio Gaspari: Os distúrbios começaram pela ação da polícia, mais precisamente por um grupo de uns 20 homens da Tropa de Choque, que, a olho nu, chegou com esse propósito Leia mais
Existe terror em SP: "Fosse você manifestante, transeunte ou jornalista a trabalho, não havia saída pela via nem pelas transversais, todas cercadas pelo Choque. A cada arremesso de bomba, alguém pedia por vinagre ou o oferecia". Leia mais
Ataque à imprensa: Diversos jornalistas foram feridos e presos pela polícia durante a cobertura do ato. Vídeo mostra que um grupo se identifica e pede para que não seja atingido, mas os policiais ignoram e disparam tiros de borracha e bombas de gás lacrimogênio. Assista
Vídeo gravado durante os protestos em São Paulo mostra um policial quebrando, com socos, um dos vidros do próprio carro da polícia. Assista
 
Convocados por vários movimentos, entidades e organizações, os manifestantes começaram a se reunir por volta das 18h. Nenhum policial militar, guarda municipal ou civil se encontrava no local. 
 
E foi assim até o fim da manifestação, sem que nem mesmo representantes da Setran (Secretaria Municipal de Trânsito) ou da PM aparecessem para ao menos organizar o trânsito, que ficou crítico em vários momentos, com fechamento de esquinas e com manifestantes percorrendo ruas no sentido contrário ao tráfego de veículos.
 

Passeata

Depois de alguns discursos, a passeata começou percorrendo o calçadão da rua 15 de Novembro, até o primeiro cruzamento com a rua Dr. Muricy. Foi aí que o protesto mostrou seu caráter espontâneo e desorganizado. Eles bloquearam a via por alguns minutos e diversas lideranças discutiam sobre qual seria o roteiro da manifestação, mas não chegaram a um acordo.
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  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/06/12/voce-acha-que-protestos-podem-levar-a-reducao-do-preco-da-tarifa-do-transporte-publico.js
 
Com isso, os integrantes, a grande maioria de jovens estudantes, se dirigiram para a rua Marechal Deodoro, uma das mais importantes vias que cortam o centro de Curitiba, e seguiram, na contramão, até a esquina mais próxima, com a av. Marechal Floriano, outra importante via de tráfego. O constrangimento dos motoristas, passageiros de ônibus e outros era visível. “Eles podem até protestar, eu concordo, mas desta forma só cria confusão”, reclamou a vendedora Lourdes Pereira.
 
Depois os manifestantes seguiram até a praça Tiradentes e foram em direção do Centro Cívico pela rua Barão do Rio Branco e Cândido de Abreu. Mais uma vez, eles bloquearam cruzamentos e seguiram ao encontro dos veículos parando o trânsito. O aposentado Antônio Krugler não se incomodou em ser cercado pelos estudantes. “São jovens. Só não pode ter baderna”, disse.
 

Aumento da passagem

 
A passagem de ônibus em Curitiba teve aumento de 9,6% no dia 14 de março e passou de R$ 2,60 para R$ 2,85. Na época não provocou protestos significativos. “Nossa luta ganhou projeção nacional com o que aconteceu em São Paulo. Mas nós estamos mobilizados para tentar reverter o aumento que teve em Curitiba”, disse André Feiges, um dos organizadores do ato desta sexta-feira e representante da Plenária Popular do Transporte Coletivo de Curitiba.
 
“Foi a solidariedade que reuniu as pessoas hoje, mas também a questão do transporte coletivo. Aos poucos vamos mostrando que este serviço público não pode ser tratado como mercadoria”, declarou Letícia Camargo, da Rede Sustentabilidade, outra entidade que convocou o protesto.
 
“No dia 21 vamos fazer outra manifestação. Desta vez será a ‘Farofada do Transporte’, que vai pedir a redução da tarifa e denunciar a falta de transparência na gestão do transporte coletivo em Curitiba”, disse ela.
  • Arte UOL
Protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo
Protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo
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