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Manifestação em BH acaba em violência e grupo punk tenta invadir prefeitura; repórter do UOL é agredido

Do UOL, em Belo Horizonte

18/06/2013 22h09Atualizada em 19/06/2013 08h33

A manifestação pacífica que estava sendo realizada em Belo Horizonte nesta terça-feira (18) descambou para a violência quando um grupo de punks decidiu quebrar as vidraças da prefeitura e soltar bombas em frente à sede da administração municipal. Com os rostos cobertos, esses manifestantes tentaram invadir o local à força, depredando a entrada.

O repórter do UOL Vinicius Segalla teve o rádio tomado por um dos manifestantes para ver se estava falando com a polícia. Ele levou chutes e pontapés. O manifestante disse que ele "deveria correr de lá" e que não queria que ninguém fizesse fotos do que eles estavam fazendo.

O grupo violento, porém, era uma exceção no protesto na capital mineira. Quando começaram os ataques, a maior parte das pessoas que caminhava desde a avenida Antonio Carlos já se dirigia à praça da Liberdade, antiga sede do governo mineiro. De 300 a 400 pessoas seguiam em frente ao prédio da prefeitura.

Ao chegar à rua Espírito Santo, no centro da capital, os manifestantes pararam um ônibus que tentava passar pelo local. Iniciaram a depredação com os passageiros ainda dentro do veículo. As pessoas fugiram quando o ônibus foi invadido. O motorista ainda conseguiu avançar e deixou o local em alta velocidade, com alguns manifestantes dentro. Na sequência, bloquearam a rua com lixo e atearam fogo.

A polícia estava no local, mas em menor número do que na segunda-feira (17) e não agiu para evitar a depredação. Os poucos oficiais no local ficaram em um púlpito dentro do saguão da prefeitura, de onde filmava as manifestações mais violentas, para identificar lideranças. Perto das 21h30, a Tropa de Choque chegou ao local, mas também não entrou em confronto com os manifestantes.

A reportagem do UOL apurou que uma pessoa ficou ferida quando as bombas começaram a ser lançadas. O barulho causou correria e a vítima caiu, sendo pisoteada. Wla não fazia parte do grupo que deu início ao vandalismo. O ferido foi atendido no local, mas precisou ser removido para o hospital João 23.

Por volta das 22h30, terminou o quebra-quebra, o grupo ainda colocou fogo em placas. Os bombeiros chegaram ao local para conter o incêndio. Os policiais não apareceram durante os quase 30 minutos de tentativa de invasão.

Força Nacional

Em menos de 12 horas, a presidente Dilma Rousseff atendeu ao pedido do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), e 150 homens da Força Nacional de Segurança chegaram hoje a Belo Horizonte para "para garantir segurança àqueles que protestam, por razões diversas, de forma democrática", afirmou o governador.

O pedido foi feito pela manhã, durante encontro dos dois em Brasília, para anúncio do marco regulatório da mineração. A Força Nacional de Segurança vai atuar sob o comando da PM de Minas Gerais nas operações relativas às manifestações populares na capital mineira. (Com informações de Vinicius Segalla, em Belo Horizonte)