Topo

Em São Vicente, 3º dia consecutivo de onda de violência registra saques e ônibus incendiado

Do UOL, em São Vicente

21/06/2013 02h04

Uma nova onda de violência, vandalismo e saqueamento de estabelecimentos comerciais se instalou em São Vicente, no litoral paulista, nesta quinta-feira (20). Este é o terceiro dia consecutivo de protestos violentos na cidade. 

Pelo menos cinco supermercados foram invadidos e saqueados em diferentes bairros da cidade. A Polícia Militar ainda apura as ações criminosas desta quinta.

Por meio de postagens no Facebook, moradores citaram diversos estabelecimentos que teriam sido alvo de vândalos. Entre eles, um comércio localizado no Conjunto Habitacional Tancredo Neves, no bairro Cidade Náutica.

No bairro Vila Margarida, homens com os rostos cobertos interditaram a via e atearam fogo em pneus e pedaços de madeira, fazendo uma barricada contra a polícia.

Um ônibus foi incendiado no bairro Catiapoã, na avenida Penedo, no caminho para a rodovia dos Imigrantes. Os criminosos pediram para o motorista e os passageiros descerem, e colocaram fogo no coletivo.

O balanço de ontem (19) contabiliza dois adolescentes de 13 anos baleados, pelo menos dez pessoas feridas e mais de 40 pessoas detidas pela Polícia Militar, responsáveis pelos atos de vandalismo no município.

Na terça-feira (18), um grupo armado invadiu e ateou fogo em um ônibus e em um micro ônibus de transporte de turismo na avenida Angelina Pretti, sentido área continental. O bando ainda interditou a via, colocando fogo em entulhos, pneus e pedaços de madeiras.

As ações violentas em São Vicente, registradas ao longo da semana, não têm relação com os movimentos a favor do Passe Livre no transporte público, que tem ocorrido na Baixada Santista nos últimos sete dias.

Toque de recolher

Os estabelecimentos localizados na região central dos municípios de Santos, São Vicente e Cubatão fecharam as portas mais cedo nesta quinta-feira. Por volta das 16 horas, ruas movimentadas estavam desertas.

A dentista Maria Lúcia da Silva desmarcou as consultas que estavam marcadas para esta quinta. Com medo das ações violentas, ela preferiu aderir ao toque de recolher 'informal'.

"Só falavam disso (tudo fechando) na internet. Achei melhor desmarcar meus pacientes e ir para casa. Não sabia se as ruas ficariam interditadas ou o que de fato iria ocorrer. Preferi prevenir a remediar", disse Maria Lúcia.

Em Cubatão, o comércio encerrou o expediente mais cedo por determinação da prefeitura. A circulação dos coletivos e do transporte escolar foi suspensa no período da tarde, por recomendação da Polícia Militar.