Caminhoneiros bloqueiam Dutra e acesso ao porto de Santos; manifestações se espalham pelo país
A paralisação de caminhoneiros ligados ao Movimento União Brasil Caminhoneiro (Mubc), que teve início na manhã desta segunda-feira (1º) em diversas cidades do país, bloqueia os dois acessos ao porto de Santos.
Caminhões que passaram pelo Sistema Anchieta-Imigrantes antes da paralisação ter início aderiram ao movimento ao chegar Reta da Alemoa, que dá acesso à margem direita do Porto de Santos. Os veículos fazem fila dupla por cerca de 1 km, extensão da via. Já a rua do Adubo, que dá acesso à margem esquerda do porto, no Guarujá, está vazia, com acesso também bloqueado.
O que pedem os caminhoneiros
O Movimento União Brasil Caminhoneiro pede subsídio ao preço do óleo diesel e isenção do pagamento de pedágio pela categoria em todas rodovias do país. Também reivindica a criação de uma secretaria do transporte rodoviário de cargas, subordinada diretamente à Presidência da República, e a provação de um projeto de lei -- em tramitação no Congresso -- que aprimora a Lei do Motorista.
De acordo com a Codesp, que administra o Porto de Santos, o bloqueio ainda não afeta a operação de carga e de descarga no porto, já que o abastecimento dos armazéns é feito com dias de antecedência. Se a paralisação persistir por mais dias, porém, poderá interferir na carga de navios que se abastecem no porto de Santos.
Por volta de 16h50, a pista sentido São Paulo da via Dutra foi bloqueada na altura de Barra Mansa (RJ).
As manifestações também interrompem, nos dois sentidos, a rodovia Castello Branco, em São Paulo, na altura do km 30, em Itapevi. Apenas uma via está liberada para tráfego de motoristas. No sentido São Paulo há lentidão do km 32 ao 30. Quem segue para o interior encontra lentidão do km 24 ao 30.
A CCR Via Oeste, concessionária que administra a via, indica aos motoristas que utilizem desvio no km 32 para seguir à capital paulista e no km 19 para seguir no sentido interior.
A rodovia Anchieta está totalmente bloqueada nos dois sentidos no km 23, em São Bernardo do Campo.
A rodovia Cônego Domênico Rangoni tem trânsito bloqueado devido a manifestações na altura do km 250, na região de Cubatão, em ambos os sentidos. As informações são da Ecovias, concessionária que administra a rodovia.
O Rodoanel chegou a ser bloqueado na região de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo) por um grupo de manifestantes da cidade que interromperam o tráfego de veículos no km 45, no sentido Mauá. De acordo com a rádio Sul América Trânsito, por volta das 12h50, a via se encontrava sem interdição em nenhum dos sentidos. Havia lentidão, porém, para quem seguia para Mauá, do km 36 ao 46.
Tarifa de pedágio motiva protesto no interior de SP
Na região de Campinas também ocorrem protestos. Estes, porém, contra tarifas de pedágios. Um grupo de cerca de 120 pessoas bloqueia a rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), que liga Campinas a Mogi Guaçu.
Formado principalmente por moradores de Cosmópolis (a 135 km de São Paulo), o protesto tem como reivindicação a isenção da tarifa do pedágio do km 135, entre as cidades Cosmópolis e Paulínia --atualmente em R$ 6,20--, para quem mora na cidade.
Um protesto de caminhoneiros bloqueou as duas pistas da rodovia Marechal Rondon (SP-300), no quilômetro 522, às 10h57 desta segunda-feira. Os manifestantes, que pediam a redução na tarifa de pedágio, permitiam a passagem de veículos leves pelo acostamento.
Em seguida, os manifestantes seguiram em comboio pela pista leste da rodovia, numa "operação-tartaruga", rodando em baixa velocidade. No km 501, em Glicério, na região de Araçatuba (SP), houve nova parada com o fechamento das duas pistas. A pista foi liberada por volta das 15h30.
Minas Gerais também tem rodovias fechadas
Caminhoneiros fecham também a rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais, em três pontos. Carros de passeio e ônibus trafegam por uma das pistas liberadas. No km 512, em Igarapé, o protesto gera três quilômetros de congestionamento no sentido São Paulo e nove quilômetros no sentido Belo Horizonte.
No km 617, região de Oliveira, no sentido sul há dois quilômetros de lentidão, enquanto no norte a lentidão é de um quilômetro. No km 589, em Carmópolis de Minas, o protesto deixa um quilômetro de lentidão no sentido sul e três no sentido norte.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Minas, a BR-381 está fechada por manifestantes nos seguintes pontos: km 513 (Igarapé), km 359 (João Monlevade), km 365 (São Gonçalo Rio Abaixo), km 295 (Antônio Dias), km 589 (Carmópolis de Minas) e km 502 (Betim). Em todos os casos o bloqueio acontece em ambos os sentidos e é bloqueado apenas o tráfego de caminhões.
Além disso, há bloqueios também na BR-040 no km 564, com sentido Rio de Janeiro totalmente bloqueado, e no km 603 e 807 em ambos os sentidos.
A BR-262 tem interdições no km 50, e a BR-116 no km 406. Nos dois casos, a interdição ocorre em ambos os sentidos.
Rio Grande do Sul tem quatro rodovias bloqueadas
Manifestantes ligados a diferentes causas bloquearam nesta segunda-feira pelo menos quatro trechos de rodovias no Rio Grande do Sul. Em Três Cachoeiras, a pista da Rodovia BR-101, que segue do Estado para Santa Catarina, foi trancada por cerca de 30 caminhoneiros por volta das 16 horas.
O sentido inverso permaneceu liberado. Outros 80 transportadores também interromperam o tráfego pela BR-392, nos dois sentidos, entre 14h e 16h, em Santa Maria. Os dois grupos participaram de uma mobilização nacional pela redução de impostos sobre o óleo diesel e investimentos em infraestrutura e segurança nas estradas.
Em Charqueadas, agricultores bloquearam os dois sentidos da BR-290, rodovia que vai do litoral ao oeste do Rio Grande do Sul, para protestar contra a exigência de emplacamento de tratores. Na região sul do Estado, moradores da localidade de Corredor dos Pinheiros bloquearam a BR-392 no sentido de Pelotas para Rio Grande, entre 9 e 10 horas.
A comunidade quer a construção de um retorno mais próximo ao vilarejo. Reclama que, nas condições atuais, tenha de trafegar até dez quilômetros a mais para acessar as casas e pagar mais pelas entregas quando compra móveis, material de construção ou gás. A manifestação provocou um congestionamento de três quilômetros. Depois, o tráfego voltou rapidamente à normalidade.
Protesto de caminhoneiros ganha adesão em SC
Cerca de 50 caminhoneiros realizaram, pela manhã, um ato de na BR-282 próximo ao trevo de acesso à cidade de Maravilha, na região Oeste. A rodovia liga o litoral à fronteira com a Argentina. Melhorias nas rodovias, subsídio ao preço do óleo diesel, isenção do pagamento de pedágio e a votação e sanção imediata do projeto que aprimora a Lei do Motorista, estão entre as reivindicações da classe.
Manifestantes impedem caminhoneiros de passar em rodovias no ES
De acordo com a Polícia Rodoviária do Espírito Santo, manifestantes impedem caminhoneiros de seguir viagem em pelo menos duas rodovias do Estado. A BR-262 está bloqueada no km 9,5, na cidade de Viana, onde passam apenas carros de passeio, ônibus e ambulâncias. O mesmo ocorre na BR-101, no km 392, em Rio Novo do Sul. No km 60 também da BR-101, em São Mateus, moradores das proximidades interditam a via parcialmente.
No Rio, caminhoneiros permanecem em acostamento
No Rio de Janeiro, a BR-040, no km 61, na região serrana do Estado, chegou a ter o trânsito bloqueado em função da manifestação de caminhoneiros, mas foi liberado após negociação com a Polícia Rodoviária.
De acordo com a corporação, por volta das 11h a pista já tinha fluidez nos dois sentidos e os caminhões permaneciam no acostamento no sentido capital, com previsão de deixar o local ao meio-dia.
Três rodovias são bloqueadas na Bahia
Três rodovias federais que passam pelo oeste e pelo sul da Bahia foram interditadas por caminhoneiros. Protestando por diversas melhorias nas condições de trabalho, os profissionais bloquearam os dois sentidos da BR-116, na altura do município de Cândido Sales, no sul, e das BRs 242 e 202, no extremo oeste do Estado. As vias começaram a ser liberadas por volta do meio-dia.
Recife e Manaus têm paralisações de ônibus
Trabalhadores do transporte público de Recife e Manaus entraram em greve nesta segunda-feira (1º).
No Recife eles reivindicam um aumento salarial de 33%. Ao todo, cerca de 1,6 milhão de pessoas devem ser afetadas pela paralisação. Terminais de ônibus na cidade estão lotados nesta manhã e as regiões mais afetadas são a oeste e a norte, que não contam com metrô.
Em Manaus, funcionários da empresa Global Transportes reivindicam a atualização do FGTS e INSS que, segundo eles, não vinha sendo creditado pela companhia.
Paralisações de caminhoneiros devem seguir até quinta
A Mubc promete paralisações até a quinta-feira desta semana e recomenda a todos os caminhoneiros que não programem viagens para o período de paralisação. A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) divulgou, em nota, que não apoia o movimento grevista.
Na manhã desta segunda-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que conseguiu uma liminar neste domingo que impede a entidade de realizar manifestações que interrompam o tráfego nas rodovias federais. De acordo com a AGU, a decisão vale para todo o Brasil e se for descumprida será cobrada multa de R$ 10 mil por hora. (Com Estadão Conteúdo)
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