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Pelo menos 10 mil pessoas esperam chegada do papa na Catedral Metropolitana do Rio

Funcionária faz a limpeza da Catedral Metropolitana do Rio, onde o papa Francisco irá celebrar uma missa durante a Jornada - Vanderlei Almeida/AFP
Funcionária faz a limpeza da Catedral Metropolitana do Rio, onde o papa Francisco irá celebrar uma missa durante a Jornada Imagem: Vanderlei Almeida/AFP

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

22/07/2013 13h48Atualizada em 22/07/2013 17h04

Pelo menos 10 mil pessoas aguardam a chegada do papa Francisco dentro e fora da Catedral Metropolitanna, no centro do Rio de Janeiro, segundo estimativa da Guarda Municipal. Os fiéis começaram a chegar às 9h. Os peregrinos poderão ver o papa às 16h50, logo depois que ele chegar à capital fluminense. Em carro aberto, ele sairá da Catedral, na avenida República do Chile, e passará pela avenida Rio Branco, rua Araújo Porto Alegre, avenida Graça Aranha, avenida Nilo Peçanha e novamente avenida Rio Branco, até chegar ao Theatro Municipal.

Além de peregrinos do Brasil, estão no local grupos com bandeiras da Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai, Colômbia, Estados Unidos, Canadá, México e Moçambique. Por volta das 14h, grupos de fiéis já se colocavam atrás das grades colocadas na avenida República do Chile, na esperança de ver o papa de perto.

A aposentada Lorena Tiago, 74, chegou ao local às 13h, e espera conseguir ver o papa. "Vim preparada para ficar até a hora que ele passar. Trouxe água e biscoito cream cracker, que é neutro e não enjoa", conta ela, que viu o Papa João Paulo 2º, em 1987, passando de papamóvel no Maracanã. "Vi pertinho. Foi emocionante. Gosto muito do papa Francisco, ele é muito cativante. Acho que ele é o futuro da nossa religião, que andava meio caída. Ele vai fazer com que esses jovens renasçam o catolicismo."

Entre as milhares de pessoas que esperam o papa, uma delas poderá vê-lo pela segunda vez. A irmã Maria José, 72, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Brooklin, em São Paulo, esteve com Francisco em março, dias depois da eleição, no Vaticano.

Ela, que é fundadora do Instituto Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, contou que faz um trabalho em comunhão com um lar próximo à residência onde mora o papa. "Eu e outra irmã fomos colocar flores na frente da residência e nos surpreendemos quando abriram a porta. O papa mandou deixarem a gente entrar e agradeceu as flores. Eu beijei a mão dele duas vezes", contou, emocionada. "A perna tremia, perdi a voz. Não consegui falar nada, nem meu nome."

Algumas semana depois, conta ela, outro gesto de Francisco a comoveu. "A Secretaria de Estado do Vaticano mandou uma carta para nossa paróquia agradecendo as flores, em nome dele. O papa se disse comovido e pediu que nós rezássemos para que ele fosse um pastor de Cristo", recordou.

Itinerários

Com a mudança no roteiro de Francisco, ele deixará de fazer o percurso Palácio de São Joaquim, na Glória, até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, de papamóvel, para andar de carro aberto no centro da cidade. Depois, ele irá até Laranjeiras de helicóptero.

Durante sua estada no Rio para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho, o papa Francisco vai andar 12 vezes no papamóvel, nas zonas norte, sul e oeste da cidade. Os trajetos feitos na capital fluminense também incluem 13 trechos em carro e outros dez em helicóptero.

Na quarta-feira (24), o papa vai a Aparecida, São Paulo, e os peregrinos poderão vê-lo no fim do dia na Tijuca, zona norte da capital. Às 17h30, ele saíra do Aeroporto Santos Dumont em direção ao Hospital São Francisco de Assis, para uma visita e o papamóvel passará na Avenida Heitor Brandão e na rua Conde de Bonfim.

A quinta-feira (25) será o momento em que o público poderá ver o papa nas ruas do Rio de Janeiro pelo maior número de vezes.

O papamóvel passará na zona sul, às 9h, nas ruas Muniz Barreto e Sâo Clemente, em Botafogo, quando o Papa sair do Palácio Guanabara, sede do governo do estado, em Laranjeiras, rumo ao Palácio da Cidade, sede da prefeitura do município, em Botafogo.

Às 11h, o papa estará no papamóvel, nas ruas Leopoldo Bulhões e Carlos Chagas, antes da visita à Comunidade Varginha, no Complexo de Manguinhos, No fim do dia, o papamóvel passará pela praia de Copacabana.

Na sexta-feira (26), o papa estará, às 8h no trajeto entre a residência do Sumaré, onde ficará hospedado e a Catedral Metropolitana, no centro da cidade. O papamóvel passará pela rua dos Arcos, rua do Lavradio e avenida Chile, na frente da Catedral.

Na saída, o veículo se deslocará pela avenida República do Chile, em direção ao Theatro Municipal. Às18h30 e 21h, o papa fará dois deslocamentos em Guaratiba, um às 18h30 e outro às 21h, antes e depois da Vigília.

No último dia da Jornada, o domingo (28), o papamóvel passará em dois momentos no Campus Fidei, em Guaratiba: às 9h15 e ao meio-dia.

"Contato humano" no Brasil

Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o papa quer contato humano e ficará próximo da multidão. Ele informou que o papa Francisco "tem conhecimento" das manifestações que ocorrem no Brasil, mas, mesmo assim, fará sua viagem ao país com "total serenidade".

"Iremos com total serenidade, sabendo que estas manifestações não têm nada de específico contra o Papa ou contra a Igreja, e tendo total confiança na capacidade das autoridades brasileiras de gerir a situação", relatou Lombardi.

A calma no Vaticano contrasta com a apreensão dos responsáveis pela segurança do papa. A falta de blindagem do papamóvel é um fator de preocupação para o governo brasileiro. Segundo o general José Abreu, coordenador da segurança pelas Forças Armadas, teme-se por algum "ato de hostilidade".