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Duas pessoas são presas e ao menos seis ficam feridas em protesto no Rio

Hanrrikson Andrade e Paula Bianchi*

Do UOL, no Rio

23/07/2013 02h08

Duas pessoas foram presas, cinco, autuadas, um menor foi apreendido e ao menos seis pessoas ficaram feridas depois de um confronto entre policiais e manifestantes, nas imediações do Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (22), segundo balanço final da Polícia Civil. Um dos presos foi liberado após pagar mil reais de fiança, enquanto o outro - Bruno Ferreira Telles, acusado de jogar um coquetel molotov sobre policiais - segue na 9ª DP, no Catete. Entre os feridos está um fotógrafo japonês da AFP (Agência France Press), que foi golpeado na cabeça por um policial com um cassetete.

Anteriormente havia sido divulgado o balanço de seis pessoas presas.

Cerca de 1.000 manifestantes protestavam do local, na zona sul do Rio, pelo Estado laico e contra o governador Sérgio Cabral (PMDB). Um boneco que tinha as inscrição "Fora, Cabral" foi queimado. 

Vídeo divulgado pela PM mostra confronto no Rio

A confusão começou depois que uma garrafa d´água, pedras e, por fim, um coquetel molotov foram jogados pelos manifestantes contra a polícia, que reagiu com bombas de gás, jatos d'água e cães.

Uma pessoa que se apresentou como Bruno Telles foi preso em flagrante, por um policial à paisana, que o teria visto atirar o artefato. Segundo a PM, uma pessoa foi presa por desacato, três por estarem com coquetéis molotov e um por atirar pedras contra a polícia.

Cinco pessoas foram encaminhadas ao hospital Souza Aguiar, dois com ferimentos de bala de borracha, um com machucado na perna, outro ferido na mão e outro que sofreu agressão no rosto. Um PM ferido por um coquetel molotov foi levado ao hospital da Polícia Militar. Uma loja foi parcialmente depredada.

Dois integrantes da Mídia Ninja, coletivo de jovens que diz fazer um protesto independente dos protestos no Rio, foram detidos, mas liberados na sequência.

Depois do confronto, cerca de 500 manifestantes se reuniram no Largo do Machado, onde gritaram palavras de ordem contra o governo do Estado. 

Mais cedo, os manifestantes tentaram seguir até a frente do Palácio Guanabara, mas um cordão de isolamento feito por policiais militares obrigou o grupo a parar na esquina da rua Pinheiro Machado com a Travessa Pinto da Rocha, em frente à sede do Fluminense.

Dois carros do Batalhão de Choque da PM tentaram atravessar pelo meio do protesto, mas tiveram de recuar.

Cerca de 1.500 policiais atuaram na segurança do ato. Um caveirão e um caminhão de água foram posicionados atrás da fila de PMs.

Antes da confusão, os manifestantes vaiaram um helicóptero que saiu do Palácio Guanabara, possivelmente com o papa a bordo. O curso de decolagem da aeronave estava exatamente na direção da aglomeração de manifestantes.

William Andrade, motorista do ônibus que foi impedido de chegar ao Palácio Guanabara, por não conseguiu passar pela multidão,  reclamou.

"Vim aqui apenas para buscar um grupo de padres. Não sei o que fazer. Acho que o jeito vai ser dar meia volta e tentar chegar pelo outro lado. É complicado."

* Com Estadão Conteúdo