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Ferido com socos e pontapés, diretor é mantido refém na Fundação Casa de SP

Do UOL, em São Paulo

12/08/2013 13h32Atualizada em 12/08/2013 15h36

O diretor da unidade da Fundação Casa  (antiga Febem) de Itaquera, na zona leste de São Paulo, Orlando Vieira Mendes, que desde as 12h desta segunda-feira (12) é mantido refém por internos, foi ferido com socos na cabeça e pontapés, mas não corre risco de morte.

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O diretor está muito ferido, mas não corre risco de morte, segundo Julio Alves, presidente do Sintraemfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de São Paulo), que acompanha a rebelião na frente da unidade.

"Ele está ferido com socos, pontapés e com escoriações, porque bateram a cabeça dele na grade", disse Alves.

Ainda segundo Alves, nenhum adolescente foi detido e do lado de fora da unidade é possível ver vestígios de fogo e do uso de pedaços de pau usados pelos internos. O Corpo de Bombeiros está no local.

Doze funcionários, que estavam sendo mantidos reféns, já foram liberados até as 14h30, e foram encaminhados para prontos-socorros da região com ferimentos, segundo a assessoria da unidade. A rebelião começou depois que alguns adolescentes conseguiram fugir. A Fundação Casa não sabe informar quantos adolescentes fugiram e quantos estão motinados.

A corregedoria e a Superintendência da Fundação Casa estão em Itaquera para abrir um processo de sindicância. A unidade da zona leste tem capacidade para 150 internos, mas contava com 103. 

Rebelião na zona oeste termina depois de 3 horas

Já outro motim de adolescentes, que faziam uma rebelião com mais de 12 reféns na unidade da Vila Leopoldina, na zona oeste, acabou por volta das 12h20. Todos os reféns foram liberados sem ferimentos, segundo o corregedor-geral da Fundação Casa, Jadir Pires de Borba. Ele informou que os cem menores infratores que vivem na unidade participaram do motim.

Segundo Borba, não houve confronto entre os internos e a Tropa de Choque da Polícia Militar, que entrou na unidade por volta das 12h10. Os menores foram encaminhados para a enfermaria, porque havia possibilidade de alguns estarem feridos, já que móveis e vasos sanitários foram quebrados durante a rebelião, que teve início às 9h, após uma tentativa frustrada de fuga.

"A conduta individual de cada adolescente vai ser apurada por uma equipe própria do centro e também pelo Ministério Público [do Estado]", disse o corregedor. Redução do número de visitas, restrição de saída da unidade e de participação em atividades não obrigatórias podem ser as sanções que os internos sofrerão por terem causado o motim.

De acordo com a assessoria de imprensa da Fundação, os internos da Vila Leopoldina se rebelaram após uma tentativa de fuga que foi frustrada por funcionários. Além de manter parte deles reféns, os rebelados também atearam fogo em colchões.

Homens da Tropa de Choque  chegaram a comparecer na unidade, mas ficaram somente na área externa.

Não há ainda confirmação de quantos jovens se rebelaram --a assessoria da Fundação Casa informou que somente em uma sindicância, isso poderá ser definido.

A capacidade da unidade da Vila Leopoldina é de até 150 internos, mas, atualmente, está com cem.

Última rebelião tem menos de um mês

A última rebelião registrada em uma unidade da Fundação Casa havia sido no dia 18 do mês passado, quando 17 funcionários da unidade Tapajós, em Franco da Rocha (Grande SP), haviam sido mantidos reféns pelos internos. Três deles se feriram. 

Na ocasião, o motim durou cerca de três horas. A superintendência de segurança e a corregedoria da fundação negociaram com os adolescentes para que se entregassem e libertassem os reféns. A unidade Tapajós da Fundação Casa tem 92 internos.

Onda de crimes no Estado de São Paulo
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