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Peritos do Incra ameaçam greve e pedido de demissão coletiva

Alex Rodrigues

Da Agência Brasil, em Brasília

25/08/2013 15h25

Cinquenta e três peritos federais agrários que ocupam cargos de chefia ou assessoria no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) prometem colocar seus cargos à disposição nesta segunda-feira (26). O pedido de exoneração coletiva é um protesto contra a recusa do governo federal em aceitar as reivindicações salariais da categoria.

Segundo o presidente do SindPFA (Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários), parte dos profissionais já entregou o pedido de exoneração ao longo das últimas duas semanas. A principal reivindicação dos peritos é a equiparação salarial com os fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura.

Pereira diz que, até o ano de 2000, as duas carreiras ganhavam salários iguais. Atualmente, no entanto, um servidor do Incra recebe cerca de 40% do que ganha um profissional do ministério, como aponta o sindicalista.

"Antes todos éramos contratados por meio do Dasp [Departamento Administrativo do Serviço Público] e podíamos atuar nos vários órgãos federais. Quando a carreira do fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura foi criada, em 2001, e começou a haver a separação, os servidores puderam escolher onde queriam trabalhar. Muita gente optou pelo Incra. Com isso, hoje, ganham muito menos do que os que foram para o ministério, o que causa uma grande revolta", explicou o sindicalista, garantindo que a categoria não recebe reajuste desde 2010.

O pedido de exoneração coletiva está marcado para acontecer poucas horas antes da reunião na qual representantes dos trabalhadores e do Ministério do Planejamento tentam chegar a um acordo. De acordo com o SindPFA, esta será a quinta vez que as partes se sentam à mesa de negociações. Pereira afirmou ainda que o governo federal oferece um aumento salarial de 21% para os peritos do Incra e de 15% para os fiscais do Ministério da Agricultura.

"Para nós, não é o suficiente. Como nossos vencimentos são muito menores, esse percentual não reduz a discrepância salarial entre as duas categorias", acrescentou Pereira.

Para forçar a negociação, o sindicato convocou os peritos federais agrários de todo o país a voltarem a paralisar suas atividades a partir da próxima terça-feira (27). Se acontecer, a greve se estenderá, inicialmente, até quinta-feira (29). A categoria já fez várias paralisações nacionais. A última delas ocorreu entre os dias 20 e 22 de agosto deste ano.

De acordo com o sindicalista, trabalhos administrativos e viagens a campo foram interrompidos durante as duas últimas paralisações, afetando a emissão dos laudos agronômicos necessários aos decretos de desapropriação de terras para fins de reforma agrária e na certificação de georreferenciamento de imóveis rurais.