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Boliviano suspeito por mortes de mãe e filhos na Grande SP deixa a cadeia

Alex Guinones Pedrazza, 33, foi preso, suspeito pelas mortes da namorada e dos quatro filhos dela - Cristiano Novais/CPN/Estadão Conteúdo - 17.set.2013
Alex Guinones Pedrazza, 33, foi preso, suspeito pelas mortes da namorada e dos quatro filhos dela Imagem: Cristiano Novais/CPN/Estadão Conteúdo - 17.set.2013

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

24/09/2013 17h56Atualizada em 24/09/2013 20h11

O boliviano que era apontado como principal suspeito pela morte de sua namorada e dos quatro filhos dela em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, deixou a cadeia na noite desta terça-feira (24), depois que a Justiça concedeu relaxamento da prisão.

O pedido de relaxamento foi feito pelo delegado Charles Wanz, responsável pela investigação, depois que o IC (Instituto de Criminalística) não encontrou veneno no bolo nem no suco apreendidos no apartamento onde morreram a auxiliar de enfermagem Dina Vieira da Silva, 42, e seus quatro filhos, de 7, 11, 12 e 16 anos, há uma semana.

Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de São Paulo, a solicitação foi encaminhada ao Fórum de Ferraz de Vasconcelos, que autorizou a soltura do boliviano. 

Alex Guinones Pedrazza, 33, estava preso na cadeia pública de Suzano (SP) desde a última quarta-feira (18). Ele teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça. A polícia investigava se o boliviano teria envenado as cinco pessoas.  Após o resultado dos exames feitos pelo IC, ele deixa de ser considerado suspeito e se torna testemunha do caso.

A polícia apura agora se a família morreu de forma acidental por causa do sistema de gás do apartamento. Uma análise do IC mostrou que existe um vazamento no aquecedor da cozinha.
 
Uma testemunha que morou no mesmo imóvel deu um depoimento à polícia sobre a morte de seu marido no local, em 3 de junho. Cinco dias depois de se casar, Viviane Nascimento, 20, disse que passou mal no chuveiro antes de Lucas Nascimento, 23, falecer ao seu lado. Ela também teve um aborto no 7º mês de gestação no mesmo dia.
 
Caso fique provado que todas as mortes no apartamento foram provocadas por um problema na instalação do aquecedor, a polícia deverá estudar se pode indiciar o proprietário ou a construtora do imóvel.

Os cinco corpos foram encontrados dentro da casa onde a família morava, no Jardim São Miguel, sem sinais de agressão. Duas meninas, de 7 e 11 anos, foram achadas na sala; o irmão de 13 anos, em um dos quartos; uma adolescente de 17 anos estava no banheiro; e a mãe, a auxiliar de enfermagem Dina Vieira Lopes da Silva, 43, em outro quarto.

Outros casos de famílias mortas

Outros três casos de famílias encontradas mortas foram registrados na Grande São Paulo em menos de dois meses. O de maior repercussão aconteceu no  começo de agosto. Cinco pessoas da mesma família foram achadas mortas na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. O adolescente Marcelo Pesseghini, 13, é apontado como responsável pelas mortes dos seus pais, o sargento da Rota (tropa de elite da Polícia Militar) Luís Marcelo Pesseghini, e a cabo da PM Andréia Bovo Pesseghini, além da avó Benedita Bovo, 65, e a tia-avó Bernadete Bovo, 55.

A polícia defende a tese de que Marcelo matou os parentes na madrugada de domingo (4) para segunda-feira (5), foi à escola e, ao voltar para casa, cometeu suicídio.

No dia 7 deste mês, a polícia encontrou corpos de quatro pessoas de uma pessoa família em Cotia (SP). A suspeita é que o cabeleireiro Claudinei Pedrotti Júnior, 39, tenha matado a mulher de 26 anos e seus dois filhos, de 7 e 2 anos.

No último sábado (14), Mary Vieira Knorr, 53, foi presa e autuada em flagrante depois de, segundo a polícia, confessar ter matado as filhas Paola Knorr Victorazzo, 13, e Giovanna Knorr Victorazzo, 14, no Butantã, zona oeste da capital paulista.

Os corpos das adolescentes foram achados em um beliche em um dos quartos da casa onde moravam com a mãe. A corretora estava agonizando na sala da casa. Segundo a polícia, ela tentou suicídio. (Com Estadão Conteúdo)