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Dilma inaugura obra viária na Bahia, mas diz que carro só deve ser usado para lazer

Entre ACM Neto (à dir) e Jaques Wagner, Dilma inauguração da Via Expressa Baía de Todos os Santos - Roberto Stuckert Filho/PR
Entre ACM Neto (à dir) e Jaques Wagner, Dilma inauguração da Via Expressa Baía de Todos os Santos Imagem: Roberto Stuckert Filho/PR

Do UOL, em Brasília

01/11/2013 11h26Atualizada em 01/11/2013 14h49

Em viagem a Salvador, onde foi inaugurar uma obra viária, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (1º) que “todo brasileiro quer ter um carro”, mas que a população deve usar o veículo particular apenas para o lazer.

Para os deslocamentos de rotina, como os trajetos entre a casa, o trabalho e a escola, as pessoas devem optar pelo transporte público, defendeu em entrevista a rádios locais.

“Com a melhoria de renda, (...) todo brasileiro quer ter um carro. E temos que mostrar que o privado é para momentos de lazer, e o transporte de casa para o trabalho, do trabalho para casa e de casa para a escola e da escola para casa, o transporte cotidiano, deve ser feito com o transporte de massa, de qualidade rápida e segura”, disse.

Ela criticou governos anteriores por não investirem em transporte público e negou que não houvesse verba. “No Brasil, tinha um mito de que não tínhamos recursos e não se podia investir em metrô.”

Ela viajou à capital baiana para inaugurar, ao lado do governador Jacques Wagner  (PT), a Via Expressa Baía de Todos os Santos, considerada pelo governo local a maior intervenção viária em Salvador nos últimos 30 anos.

Com um custo total de R$ 480 milhões, sendo R$ 450 milhões do governo federal, a via ligará a BR-324 e o Porto de Salvador. A expectativa é que a obra desafogue o tráfego pesado na região central de Salvador.

Esta é a segunda visita de Dilma a Salvador num período de duas semanas. No último dia 15, a presidente participou de cerimônia de assinatura do contrato para conclusão da linha 1 e início da construção da linha 2 do metrô da capital baiana. A obra começou há 13 anos, consumiu R$ 1 bilhão, mas o metrô nunca entrou em operação.

Na cerimônia de inauguração, nesta tarde, a presidente aproveitou para enaltecer duas das principais bandeiras do seu governo, o programa Mais Médicos e o Bolsa Família, prováveis vitrines da sua campanha para a reeleição em 2014.

Protestos

Questionada sobre a resposta federal aos atos de vandalismo durante os protestos recentes pelo país, Dilma disse que o seu governo tem agido, mas que todos os poderes, inclusive o Judiciário, devem fazer sua parte para coibi-los.

A presidente ressaltou que a reunião realizada ontem entre o Ministério da Justiça e as secretarias de Segurança Pública de São Paulo e do Rio de Janeiro serviu para definir ações coordenadas entre as polícias e disse que o governo poderá se reunir com outros Estados também.

“Temos que nos responsabilizar para não deixar que a democracia no Brasil não se confunda com essa ação bárbara.”

Em relação às eleições de 2014, Dilma minimizou a ruptura do PMDB com o PT na disputa eleitoral para o governo da Bahia e disse que esse racha não atinge a aliança no âmbito federal.

“A política nacional do meu governo se sobrepõe a qualquer aliança regional. O que é regional tem que ser resolvido regionalmente.”

A petista afirmou ainda as alianças “têm um dinamismo” e que os partidos do Brasil “não são homogêneos”.