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Governo do Rio promete bonde de Santa Teresa para a Copa; obra começa na 2ª

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

08/11/2013 12h42Atualizada em 11/11/2013 12h22

As obras de reestruturação do sistema de bondes de Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro, desativado desde agosto de 2011, quando um acidente com um dos veículos matou seis pessoas, vão começar na próxima segunda-feira (11). A informação foi dada pelo nesta sexta-feira (8) pelo o governo do Estado.

A primeira fase da renovação do bondinho terá início na segunda, com a interdição de ruas do bairro. Na terça-feira (12), será instalado o canteiro de obras.

A previsão da Secretaria de Estado da Casa Civil é que os veículos comecem a ser testados em março do ano que vem e estejam abertos para o público em junho, antes do início da Copa do Mundo de 2014.

O subsecretário de Estado da Casa Civil, Rodrigo Vieira, que apresentou o projeto de reestruturação, não divulgou o modelo definitivo dos 14 novos bondes que circularão pelo bairro histórico, que já está sendo produzido pela Ttrans, empresa que também é responsável pelos VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos).

“O modelo foi definido após muita discussão com as associações de moradores e stress técnico. O protótipo foi aprovado pelos órgãos de preservação do patrimônio, respeita a questão histórica e vai de encontro às demandas da sociedade, preservando a segurança”, disse Vieira, ao lado do presidente do Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), Paulo Vidal.

A justificativa do subsecretário para não apresentar o modelo neste momento foi “para não perder o foco” nas intervenções viárias que acontecerão em Santa Teresa nos próximos meses.

“Em algum tempo, vamos apresentar esse bonde”, afirmou Vieira, sem informar nenhuma data. O modelo defendido inicialmente pelo governo não agradou a Amast (Associação de Moradores de Santa Teresa), que pede a manutenção do modelo estético dos veículos, inclusive com a permanência dos estribos nas laterais do bondinho, para que as pessoas possam andar em pé.

O trajeto, que terá seus trilhos trocados por outros feitos para terrenos irregulares, os chamados bilabiados, mas manterá o mesmo traçado, tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em abril de 2012.

No segundo semestre de 2014, haverá a revitalização de um trecho do trajeto que estava desativado desde a década de 1990. Com isso, o percurso do sistema de bondes será 30% maior, passando de 7,2 km para 10,5 km.

As intervenções que começam na próxima semana fazem parte da primeira de quatro etapas da primeira fase de obras, que vai colocar em funcionamento o trajeto que funcionava na época do acidente, entre os Arcos da Lapa e o Dois Irmãos.

Serão interditados um trecho de 1.370 metros da rua Joaquim Murtinho (dos arcos até a rua Francisco Muratori) e de 100 metros da rua Francisco Muratori.
Os custos da reestruturação estão estimados em R$ 110 milhões, sendo R$ 40 milhões para a compra dos 14 bondes, R$ 60 milhões para a troca das redes viária e aérea e da subestação de energia, e R$ 10 milhões para a reforma dos pontos e da oficina dos veículos.

Vencedor de licitação, o consórcio Azvi e Elmo, formado pelo grupo espanhol Azvi e pelo brasileiro Elmo, vão executar as obras.

A execução do projeto terá acompanhamento técnico do Iphan, da Inepac e da Central (Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística), responsável pelos bondes.

Minimização de impactos

Segundo o subsecretário, a realização das obras de reestruturação em etapas tem como finalidade minimizar os impactos para os moradores e frequentadores do bairro.

“As alterações viárias foram acordadas com a prefeitura para facilitar a mobilidade e haverá serviço de operação de tráfego, nas áreas dos canteiros”, afirmou Vieira.

Em cada etapa, o canteiro de obras ocupará apenas uma faixa de rolamento e haverá áreas de apoio.

“Uma faixa ficará livre para garantir a passagem de veículos de emergência e daqueles que transportam pessoas com necessidades especiais. Além disso, as calçadas ficarão livres durante todo o período de obras”, informou o subsecretário.

Também haverá alteração dos itinerários dos ônibus que atendem ao bairro, com a criação de 11 novos pontos para suprir os nove que serão desativados por conta das obras.

Outra medida para minimizar os impactos é a criação de zonas de estacionamento nas áreas impactadas, para moradores de prédios que tiverem garagens bloqueadas pelas obras.