Topo

MP investiga refeição servida com larvas em hospital público do Acre

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

18/11/2013 22h36

O fornecimento de refeições com larvas a pacientes em hemodiálise do Hospital das Clínicas, em Rio Branco, será investigada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e pela Secretaria de Saúde.

As marmitas foram entregues a pacientes na noite da sexta-feira (15), que reclamaram o problema e devolveram a refeição. As larvas estariam no frango cozido.

A direção do Hospital das Clínicas confirmou ao UOL, em nota oficial, que pelo menos quatro das 50 marmitas ofertadas estavam com larvas e que o caso já está sendo investigado internamente.

Nesta segunda-feira (18), a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde instaurou procedimento inicial para apurar o caso. Segundo o MP-AC, mais de 30 pacientes teriam constatado a presença de vermes no alimento.

Ainda segundo a promotoria, caso se comprove a denúncia, o MP-AC deve converter o procedimento em inquérito civil para investigar o caso e oferecer denúncia contra os responsáveis.

Fundação diz que caso é o primeiro da história do hospital

Em nota, a Direção da Fundação Hospitalar do Acre informou que esse foi o primeiro caso registrado em 20 anos de existência do Hospital das Clínicas, e que um inquérito administrativo já foi instaurado.

A Fundação disse que cerca de 6.000 refeições são fornecidas por dia a servidores e pacientes e que toda alimentação é produzida por uma equipe comandada por nutricionistas.

Após perceber o problema, as refeições foram recolhidas para análise, e lanches foram servidos aos pacientes.

O hospital explicou ainda que a refeição é feita em “intervalo mínimo entre a saída do forno e a entrega aos pacientes.”

Segundo a nota oficial, “microrganismos encontrados em quatro refeições, das 50 que foram entregues à nefrologia, não sobrevivem a altas temperaturas e não poderiam ter sido provenientes de larvas colocadas por moscas, já que as mesmas levam de 12 a 24 horas para se reproduzirem e as refeições foram servidas com menos de duas horas entre o início do preparo e a descoberta dos microrganismos", disse o texto.

Governador diz que episódio foi "maldade armada por alguém"

Nesta segunda-feira, o governador Tião Viana (PT) comentou o caso em entrevista à imprensa acriana e disse acreditar que tudo se tratou de uma armação.

"Aquilo foi uma maldade armada por alguém, mas a polícia vai descobrir, vai provar [a armação] e a população vai ter a verdade", explicou.

O governador ainda defendeu os funcionário da unidade. Segundo ele, a comida foi preparada às 18 horas e servida às 19h50. Viana afirmou que, nesse período, seria impossível surgirem larvas nos alimentos.

"Mesmo se o alimento congelado estivesse estragado e na hora da manipulação tivesse sido contaminado com fungo, teriam sumido com a alta temperatura a que a comida é submetida. Sei do serviço de nutrição e dietética, de responsabilidade, como trabalham com zelo, o cuidado que a gente tem", afirmou, segundo a agência de notícias oficial do governo.