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Motorista de ônibus incendiado toma calmante e quer largar profissão

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

13/02/2014 06h00Atualizada em 13/02/2014 13h31

William Olimpio de Souza, 34, trabalha como motorista de ônibus há cerca de cinco anos na capital paulista. Após ter o ônibus queimado, ele pensa em deixar a profissão por falta de segurança.

O ataque aconteceu em 23 de janeiro deste ano, no dia do aniversário do motorista. Ele conta que fazia a última 'viagem' do dia quando, por volta das 18h, o ônibus que dirigia foi incendiado por criminosos na rua Padre Domingos Cunha, no Jardim das Rosas, na região do Capão Redondo, zona sul de São Paulo.

Veja os Locais onde ônibus foram queimados em São Paulo em 2014

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Pai de três crianças --de três, cinco e sete anos--, William ficou 15 dias afastado do serviço. Por orientação médica, ele deveria ter passado mais tempo de licença, mas resolveu voltar. "Ficar em casa sem fazer nada é pior", conta.

William fala que as cenas de violência que presenciou insistem em voltar a sua mente. Ele diz que tem tomado calmante para conseguir dormir. 

De volta ao trabalho, ele conta que não tem sido fácil. A todo instante, William tem medo que a situação se repita. Por isso, ele começou a distribuir currículos e está determinado a deixar de dirigir ônibus. 

Onda de ataques

São Paulo vive uma onda de ataques a ônibus desde o começo deste ano. De 1º de janeiro até ontem (12), 50 ônibus tinham sido queimados na Grande São Paulo.

De acordo com a SPTrans, empresa responsável pelo transporte público por ônibus em São Paulo, e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), em todo o ano de 2013, foram registrados 77 casos de ataques incendiários a ônibus na região.

Em nota, a Secretária de Segurança Pública do Estado informou que 37 pessoas suspeitas de incendiar ou depredar ônibus na cidade de São Paulo foram presas. Outras cinco foram identificadas