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PM é acusado de usar arma ao ser retirado de vagão feminino no metrô do Rio

Do UOL, no Rio

03/03/2014 10h19

Um policial militar foi preso administrativamente após ser acusado por uma usuária do Metrô do Rio de Janeiro de apontar uma arma para um funcionário que pedia que ele se retirasse de um vagão exclusivo para mulheres na noite da última quinta-feira (27).

O PM teria se recusado a sair a pedido das mulheres e, quando o funcionário da concessionária que administra o sistema tentou intervir na situação, teria sido ameaçado. A corporação informou que está com as imagens de segurança do Metrô e que investigará o comportamento do policial.

“O comando da corporação reprova esse comportamento e orienta seus comandados a seguir regras de boa conduta e educação”, diz a nota da PM.

Procurada, a assessoria de imprensa do Metrô limitou-se a informar que a lei estadual 4.377/2006 não dá poderes de fiscalização aos funcionários da concessionária com relação ao uso dos vagões femininos.

A lei disponibiliza vagões exclusivos para mulheres nos trens e metrôs durante os horários de pico (de 6h às 9h e das 17h às 20h). Reportagem do UOL em fevereiro já havia mostrado, no entanto, que a regra é controversa e pouco cumprida.

De acordo com o relatório de fiscalização e indicadores operacionais de outubro de 2013 – o mais recente disponível - da Agentransp (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos de Transportes do Rio), naquele mês, de 2.039 trens femininos inspecionados na SuperVia, por exemplo, em quase 60% havia homens.

A Agetransp diz que fiscaliza a disponibilização dos vagões, de agentes de apoio e de sinalização por parte das concessionárias, conforme previsto em lei. Mas esclarece que, embora fiscalize a presença dos homens em vagões exclusivos, não cabe multa às concessionárias pelo uso incorreto, já que as mesmas cumprem a determinação de oferecer os carros, e nem aos passageiros irregulares – conforme texto da lei.