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Por temer roubos, motoristas de ônibus param à noite em São Luís

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

28/03/2014 17h26Atualizada em 28/03/2014 20h45

Para protestar contra a onda de assaltos e temendo o resultado do aquartelamento de parte da Polícia Militar, iniciado na quarta-feira (27), os rodoviários de São Luís decidiram parar a circulação de ônibus nas ruas da capital maranhense durante a noite.

A paralisação começou às 18h desta sexta-feira (28) --quando todos os veículos que chegarem aos seus destinos finais serão recolhidos à garagem-- e deve seguir até pelo menos a segunda-feira (30), quando uma nova reunião da categoria deve definir o rumo do movimento.

Em 2014, foram registrados 157 assaltos até esta sexta-feira. “Isso de oito, de 22 empresas", diz o presidente do Sindicato dos Rodoviários de São Luís, Gilson Coimbra. Em 2013, a capital maranhense registrou 628 assaltos, 141% a mais que no ano anterior

“Nós já temos muitos assaltos, e hoje, em São Luís, estamos com a polícia aquartelada. Se com polícia na rua temos tantos problemas, sem eles complica ainda mais”, disse.

Em São Luís existem cerca de 800 coletivos circulando. Ao todo, 4.000 rodoviários compõem a categoria, que já haviam feito protesto semelhante, em janeiro, após o ataque e incêndio de quatro ônibus, que deixaram uma criança morta e quatro pessoas feridas.

Segundo Coimbra, com o anúncio da paralisação, o comando da Polícia Militar convidou a categoria para uma reunião na próxima segunda-feira.

Nas redes sociais, os usuários de ônibus reclamaram do anúncio da paralisação. “Ônibus em São Luís já estão cheios de passageiros. Reflexo da paralisação a partir das 17h”, disse Igor Almeida, pelo Twitter.

“Contagem regressiva. São Luís do Maranhão sem ônibus e sem policiais nas ruas em menos de 1h. Greve em cima de greve. Salve-se quem puder!”, completou Ernani Garrido.

O UOL pediu esclarecimentos ao governo do Maranhão, sobre que medidas serão tomadas para reforçar a segurança dos ônibus, mas até a publicação dessa reportagem não recebeu respostas. As ligações ao assessor da Polícia Militar também não foram atendidas. As empresas de ônibus também não falaram.