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Vira-lata salva criança de estupro no interior de SP

Cadela vira-lata Kiara, que salvou menina de estupro - Arquivo pessoal
Cadela vira-lata Kiara, que salvou menina de estupro Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

08/09/2014 18h40

Uma cadela vira-lata salvou uma criança de 10 anos de ser estuprada em Pilar do Sul (142 km de São Paulo). A cachorra, de nome Kiara, ouviu o chamado da menina e mordeu seguidas vezes o agressor. Na fuga, ele bateu na cabeça da menor com um pilão, causando traumatismo craniano.

A menina ficou em coma por cinco dias, mas não corre risco de morte. O criminoso, de 42 anos, foi capturado na sexta-feira (5).

O ataque ocorreu em 30 de agosto, na parte da tarde. A criança estava sob os cuidados do irmão mais velho, de 19 anos, e da cunhada, de 16, que moram em uma casa nos fundos do imóvel onde a menina vive com os pais. Os dois deixaram o local por alguns momentos, deixando a menina sozinha.

Segundo a poícia, João Machado Rodrigues, 42, passou pela casa e bateu na porta pedindo água. A menina se virou para entrar na casa, mas o homem aproveitou-se da porta aberta e invadiu o local, agarrando-a. Ela conseguiu fugir para o quarto, mas foi perseguida. Foi quando chamou pela cachorra.

Quando era novamente agarrada pelo criminoso, Kiara entrou no quarto e começou a morder o homem. Rodrigues pegou então um pilão que estava no local para bater no animal, mas como a menina tentou correr, acabou batendo nela com uma série de pauladas na cabeça.

Os latidos da cachorra e o choro da criança chamaram a atenção de vizinhos, que foram até o local. Ao perceber a aproximação, Rodrigues fugiu.

A menina conseguiu caminhar até a rua gritando por socorro, mas acabou desmaiando. Socorrida, ela foi levada ao Hospital Regional de Sorocaba (100 km de São Paulo), onde permaneceu por cinco dias em coma induzido. Segundo o hospital, ela segue internada e se recupera do traumatismo craniano. Não há previsão de alta.

Coma

Como ninguém presenciou o fato, os pais pensarem que o trauma havia sido causado por uma queda. “Achamos que ela tinha batido a cabeça, não que o homem tinha dado uma paulada nela”, conta a mãe da menor, Lindinalva Alves da Silva Santos, 47.

Após ser informada pela filha sobre o ataque, a família foi à delegacia e registrou um boletim de ocorrência. A polícia começou a investigar o caso e, ao ouvir vizinhos e a menor, criou um retrato falado do suspeito.

“Só fomos saber o que aconteceu na quinta-feira, quando ela acordou e contou a história”, disse.

Segundo pai da criança, o trabalhador rural Sebastião dos Santos, 48, a menina chamou insistentemente pela cachorra, a quem chamou de heroína, ao acordar. “A primeira coisa que ela fez foi perguntar da Kiara. Disse que foi a cachorra que a salvou”, disse o pai.