Topo

Pesquisa revela que 62% das estradas brasileiras têm problemas

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

16/10/2014 12h04

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16) aponta que 62,1% das rodovias apresentam problemas. Entre as rodovias brasileiras, 6,9% são classificadas como péssimas, 17% como ruins e 38,2%,regular. São consideradas boas 27,8  e 10,1%, ótimas. Os dados são de estudo realizado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) sobre as estradas brasileiras.

No ano passado, a pesquisa mostrava que os índices eram 29,4% para ruins ou péssimas, 34,4% para as regulares e 36,2% para as boas e ótimas. Isso mostra que houve melhora na qualidade das estradas em relação ao ano anterior.

Do total de estradas no país, 49,9% apresentam falhas de pavimentação, 57,4% de sinalização e 77,9% de geometria - que avalia o tipo de rodovia, se tem acostamento e curvas perigosas.

O estudo mostra que 44,7% das estradas pavimentadas estão classificadas como desgastadas, 19,1% têm trincas na malha e remendos e 3,3% têm afundamentos, ondulações e buracos. Foram classificadas como perfeitas apenas 32,4%.

Em relação aos pontos críticos, a pesquisa apontou que houve aumento nas rodovias em relação ao ano passado, passando de 250 (em 2013) para 289 (em 2014). São considerados como pontos críticos quedas de barreira, pontes caídas, erosões na pista e buracos grandes.

Foram constatados 148 buracos grandes, 100 ocorrências de erosão na pista, 28 ocorrências de queda de barreiras e identificadas 13 quedas de pontes.

Entre as rodovias brasileiras, 87,1% dos trechos são formados por pistas simples de mão dupla. A maior parte foi construída na década de 1970. “Isto mostra que em grande parte as rodovias não sofreram processos de modernização e duplicação. Isso é preocupante porque o país precisa melhorar a malha viária para melhorar a economia”, afirmou Bruno Batista, diretor-executivo da CNT.

Apenas 12% da malha rodoviária do país é pavimentada. Segundo a CNT, ela cresceu em ritmo mais lento do que a frota de veículos. O caso mais crítico fica na região Norte, que teve aumento da frota de 228,2% de 2004 a 2014, mas a malha viária federal pavimentada só cresceu 37,5% no mesmo período.

O estudo aponta que as melhores rodovias estão localizadas no Sudeste, pois a região apresenta o maior número concessões. As piores rodovias estão na região Norte. "A pesquisa mostra que o Estado investe recursos insuficientes e são pouco aproveitados, É preciso ampliar o investimento", disse Batista.

A pesquisa avaliou 98.475 km, que correspondem a toda a malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais.