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Mulher que se atirou nua em rio morre em hospital em SP

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

21/11/2014 17h56

Morreu na noite de ontem a mulher que se jogou nua em um ribeirão após agredir pedestres em Santa Bárbara d'Oeste (a 135 km de São Paulo). Ela chegou a ser resgatada pelos bombeiros, sendo levada ao Pronto Socorro Edson Mano, na mesma cidade, na quinta-feira (20).

Ela ficou internada, em observação, mas seu quadro piorou no início da noite e ela morreu por volta das 21h. A causa da morte será determinada depois de necropsia, realizada na manhã de hoje. Os dados ainda não foram divulgados. O sepultamento ocorreu às 16h em Santa Bárbara d'Oeste.

De acordo com informações da Guarda Civil Municipal e do Corpo de Bombeiros, Elisabete Souza, 37, caminhava seminua pelo Jardim Icaraí, na manhã de ontem, quando começou a agredir populares que tentaram fazer com que ela vestisse roupas. A Guarda Municipal foi chamada e tentou abordá-la, mas ela começou a correr, tirando completamente a roupa. Na sequência, se dirigiu ao Ribeirão dos Toledos, um rio poluído que corta a cidade, e se jogou no manancial.

Segundo os bombeiros, a mulher, que sofria de problemas psicológicos, teve um princípio de afogamento e bebeu muita água antes de ser retirada. Ela chegou a ficar desacordada, mas foi reanimada pelos policiais e enviada ao pronto-socorro.

De acordo com Dirce Pereira de Souza, 71, mãe da vítima, a família foi informada, na noite de ontem, que o estado de saúde de Elisabete era “muito grave” e que justificaria a remoção da paciente para uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Mesmo solicitada, a remoção não pôde ser feita por falta de vagas nos hospitais da região. “Disseram que tentaram, mas que não tinha vaga e que ela teria que ficar lá mesmo”, contou.

Morte

Segundo Dirce, a família foi até o pronto-socorro por volta das 20h, onde visitou Elisabete por 15 minutos. Depois disso, familiares questionaram os funcionários sobre detalhes do estado de saúde da paciente, mas foram orientados a esperar o médico. Por volta das 21h45, a família foi comunicada da morte.

“O que disseram antes é que o estado de saúde dela era muito precário e que ela iria ter de tomar muitos remédios fortes, por conta de água podre que ela bebeu. Disseram que, se ela sobrevivesse aos remédios, ficaria boa, mas ela não conseguiu”, contou Dirce, minutos depois do sepultamento da filha.

Outro lado

A reportagem procurou a direção do Pronto Socorro Edson Mano, mas ninguém quis comentar a internação de Elisabete nem o que levou ao óbito da mulher.

A Prefeitura de Santa Bárbara, que responde pelo pronto-socorro, também foi procurada, mas se limitou a declarar, através de nota, que, “o município prestou todo o atendimento necessário”, sem fornecer, contudo, detalhes sobre o atendimento. “Consubstanciada no princípio do sigilo médico, a Secretária Municipal de Saúde não pode divulgar informações atinentes aos pacientes sem autorização expressa, mesmo após o seu óbito."