Mapa da PRF aponta recorde de pontos de exploração sexual de menores em BRs
A sexta edição do “Mapeamento dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais Brasileiras”, divulgada nesta terça-feira (25) pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), identificou um número recorde de pontos propícios à exploração sexual de menores nas BRs. Ao todo, 1.969 locais foram mapeados entre 2012 e 2013.
O número apresentado representa uma alta de 9% em relação ao estudo apresentado no ano passado, quando foram identificados 1.776 pontos. O estudo é feito pela PRF em parceria com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e MPT (Ministério Público do Trabalho).
Os organizadores, no entanto, dizem que o aumento não necessariamente é negativo. “Este aumento é percebido de forma positiva pela PRF e parceiros, visto que este órgão tem investido, ao longo dos últimos anos, no treinamento dos policiais rodoviários. Pontos que antes não eram vistos como problemáticos, hoje têm sua vulnerabilidade detectada e medida, fruto de maior capacidade e refinamento por parte dos policiais na identificação desses locais”, afirma o estudo.
Para se basear na definição da vulnerabilidade, o estudo classifica como pontos propícios os ambientes ou estabelecimentos com "presença de adultos se prostituindo, inexistência de iluminação, ausência de vigilância privada, locais costumeiros de parada de veículos e consumo de bebida alcoólica."
Sudeste tem 494 pontos
Em números absolutos, o Sudeste passou a à frente de outras regiões e é a que tem o maior número de pontos, com 494 áreas mapeadas propícias à exploração sexual de crianças e adolescentes. No levantamento 2011-2012, esse número era 358, o que revela um crescimento de 38%.
Em segundo lugar no ranking atual aparece o Nordeste, com 475 locais vulneráveis. O Centro-Oeste, que liderava no estudo anterior, aparece agora apenas na quarta posição, com 392 pontos. O Sul teve 448 pontos mapeados, e o Norte, 160.
O estudo divide as áreas em níveis de risco. Do total encontrado, 538 foram classificados como alto risco e outros 566 foram considerados pontos críticos. Ainda há 555 com médio risco e 310 pontos de baixo risco. Minas Gerais, Bahia e Pará lideram na quantidade absoluta de pontos críticos ou de alto risco.
A pesquisa aponta ainda para uma redução dos pontos críticos, que caíram 40% em seis anos, o que é considerado extremamente positivo pelo estudo. “A redução desses pontos pode estar relacionada à soma de esforços, engajamento dos diversos setores e atuação preventiva nas rodovias federais”, diz.
O levantamento
O levantamento é feito com questionários em pontos visitados pela PRF. Nesta edição do mapeamento, duas novas questões foram inseridas: o sexo/gênero das vítimas e o seu local de origem.
Segundo as respostas, 38% indicaram que a vítima disse ser originária de outra localidade, ou seja, pode ser vítima de tráfico de pessoas. Dentre os 448 pontos com registro de crianças e adolescentes em situação de exploração sexual, 69% eram do sexo feminino, 22% transgêneros e 9% do sexo masculino.
A PRF orienta que situações de exploração sexual infantil sejam denunciadas pelo Disque-100 da Secretaria de Direitos Humanos.
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