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'Estou pagando pelos erros dele. Não sou fria', diz namorada de Gritzbach

A modelo e nutricionista Maria Helena Paiva Antunes, namorada de Vinícius Gritzbach, 38, morto a tiros em um ataque no aeroporto de Guarulhos no início de novembro, divulgou um vídeo nesta quarta-feira (27) em que disse que está "pagando" pelos erros do namorado.

O que aconteceu

"É isso que importa: o que a gente faz de bom para a pessoa em vida. Acabou, gente, meu namorado morreu." Maria disse lamentar o óbito do companheiro e que nunca irá esquecê-lo, porém, reforçou que não ficará chorando o tempo inteiro em razão do episódio.

Eu estou pagando por erros que talvez o Vini, em algum momento, tenha cometido na vida dele, isso vocês sabem. E eu tô pagando pelos erros dele, sendo que todo mundo tem seus erros, mas os meus não são esses que estou sendo tachada. Eu não sou uma pessoa fria, eu não sou uma pessoa ruim. Muito pelo contrário, eu sou uma pessoa super carinhosa, cuidadosa. Eu amei cuidar do Vinícius, intensamente. Ele sabe disso, os familiares dele sabem disso.
Maria Paiva, namorada de Vinícius Gritzbach

Ela contou que nunca foi uma pessoa que esboça muitas reações diante de diversas situações. A mulher reafirmou ter sofrido por presenciar a morte do namorado, mas explicou que não conseguiria entrar em um "personagem" na situação. "Obviamente, eu sofri muito. Foi o pior momento da minha vida. Mas eu não faria um escândalo, não me jogaria lá no meio. Isso não sou eu. Cada pessoa tem o seu jeito."

Rotina e realização de tarefas continuam, diz modelo. A mulher contou que ao invés de ficar na cama o dia todo pensando coisas ruins, ela prefere levantar, fazer café, tomar banho, se maquiar e ler um livro. "Eu não tenho muito esse jeito para ficar me vitimizando, pra ficar pensando, meu Deus, a minha vida acabou. Não, a minha vida não acabou. Se Deus me deu uma nova chance, eu preciso honrar, eu preciso escrever a minha história."

"Não estou conseguindo viver o meu luto em paz." Maria relatou estar vivendo à base de medicamento e desabafou esperar conseguir ao menos viver o seu luto "quieta": "As pessoas não deixam. Eu não tenho um momento em que eu posso focar no meu luto. Às vezes, não consigo acreditar que ele morreu."

Maria ainda reforçou que ela e o namorado tinham uma "vida confortável", mas não estava com ele por dinheiro. Segundo a mulher, ela não abriria mão da própria liberdade e da vida confortável que já tinha antes de conhecê-lo: "Vocês não sabem a vida que ele levava e as limitações que tinha. Ninguém que não o amasse ficaria ao lado dele".

As pessoas esperam que eu tenha uma reação que é ficar acamada, depressiva, só que eu não vou me permitir isso porque eu tenho uma família, uma mãe, um irmão. Então não se espantem em me ver maquiada, na academia, no mercado e estudando alguma coisa nova ou comendo num restaurante com as minhas amigas. Eu tenho certeza que ele seria a primeira pessoa a falar, se levanta, eu quero ver você feliz, realizando os sonhos que você me disse que tinha.
Maria Paiva, namorada de Vinícius Gritzbach

A mulher também contou que nunca tentaria ganhar fama em cima de uma tragédia. "Às vezes eu nem consigo acreditar que ele não tá mais aqui. Eu pego meu celular e fico esperando uma mensagem dele. Então a minha cabeça ainda não está legal. Eu ainda estou tentando assimilar tudo o que aconteceu. Eu vi a pessoa morrer na minha frente. Vocês conseguem imaginar o peso disso? Não, não conseguem. Se você não viveu isso, você não consegue. Eu não estou pedindo para que vocês tenham pena de mim. Eu estou pedindo apenas respeito neste momento."

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Como foi o crime

Gritzbach voltava de Maceió. O empresário deixou Alagoas rumo a São Paulo e desembarcou no aeroporto de Guarulhos após voltar de uma viagem com a namorada na tarde do dia 8 de novembro.

Assim que deixou o saguão do aeroporto, o empresário foi assassinado por dois homens encapuzados com fuzis. Os atiradores entraram em um Gol preto e fugiram do local. Gritzbach foi atingido por dez tiros.

As imagens mostram, no meio do tiroteio, passageiros correndo com suas malas e funcionários tentando escapar.

Namorada do empresário deixou o local antes da chegada da polícia. Ela foi embora com um dos PMs que integrava a escolta do empresário, foi ouvida pelas autoridades e teve o celular apreendido.

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O veículo que teria sido no crime foi abandonado nas imediações do aeroporto ainda no dia 8. Dentro dele, havia munição de fuzil e um colete à prova de balas.

A força-tarefa da SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) identificou dois suspeitos de envolvimento no crime. O primeiro identificado foi Kauê do Amaral Coelho, 29, apontado como olheiro no crime. Já o segundo suspeito é Matheus Augusto de Castro Mota, que seria responsável por fornecer os veículos usados na fuga dos outros envolvidos no assassinato. Ambos são procurados pela polícia.

As defesas dos procurados não foram encontradas para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

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