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Policiais militares que mataram jovem por engano são presos no Rio

Do UOL, no Rio

15/01/2015 10h30

Os policiais militares Marcio José Watterlor Alves e Delviro Anderson Moreira Ferreira se apresentaram na manhã desta quinta-feira (15) na sede do 41º BPM (Irajá), na zona norte do Rio de Janeiro, um dia depois de a Justiça decretar a prisão preventiva de ambos por conta da ação que resultou na morte de Haíssa Vargas Motta, 22.

De acordo com a corporação, os dois policiais passam por exames médicos e, posteriormente, serão encaminhados ao BEP (Batalhão Especial Prisional), onde ficarão presos até que haja nova determinação judicial.

Haíssa morreu após ser atingida nas costas por um disparo de fuzil na madrugada de 2 de agosto de 2014, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, durante uma abordagem policial.

Os policiais foram denunciados por homicídio doloso duplamente qualificado (motivo fútil e recurso que dificulta ou impossibilita a defesa da vítima). Eles foram ainda afastados pela Polícia Militar e, segundo a corporação, e respondem a um Inquérito Policial Militar que deve ter seu resultado divulgado nos próximos dias. A polícia, porém, não informou a data do afastamento.

O crime veio à tona depois que a revista "Veja" divulgou, no sábado (10), imagens gravadas pelas câmeras internas de um carro de patrulha que registram em detalhes a ação policial. Ao todo, Watterlor atirou nove vezes contra o carro em que Haíssa estava com mais quatro amigos. A jovem chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

No vídeo, ao perceber a aproximação do veículo em que a jovem estava, um Hyundai HB20, um dos policiais comenta: "É um carro daquele branco que tá roubando". O fato de alguns dos jovens no carro estarem de boné é considerado suspeito. "Aí, quatro moleques agora aqui, 'estranhão'.(...) Quatro moleques, boné e tudo", diz o policial.

Em seguida, tem início a perseguição. Pouco depois Watterlor, que estava no banco do carona, coloca metade do corpo para fora de uma janela e abre fogo contra o carro.

Segundo a denúncia, Delviro contribuiu para o crime, já que dirigia o carro de patrulha durante a perseguição. Além disso, o fuzil usado por Márcio se encontrava sob cautela de Delviro.

O caso foi registrado na 58ª DP (Posse). No registro de ocorrência, os policiais afirmaram que patrulhavam a avenida Marechal Alencar quando viram o carro, que seria semelhante ao de bandidos da região.

Eles teriam pedido para o motorista parar, mas não foram atendidos. Os policiais disseram ainda que passaram a atirar contra os pneus do carro depois de ouvir um barulho que acharam ser de um tiro.