Após tumulto, Justiça proíbe demolição de casas da Favela do Metrô, no Rio
A desembargadora Claudia Santarém Cardinalli concedeu uma liminar nesta sexta-feira (29) proibindo a prefeitura de dar continuidade à demolição da Favela Metrô-Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, reiniciada na quinta (28). Em caso de descumprimento da decisão, informou o Tribunal de Justiça, o município será multado em R$ 20 mil a cada casa derrubada.
O governo tenta, desde 2010, remover os moradores do local, a menos de 700 metros do estádio do Maracanã, onde ocorrerá a cerimônia de abertura das Olimpíadas no ano que vem. A maior parte de suas casas, que chegaram a abrigar mais de 600 famílias, já foi demolida pela administração municipal. As que ainda seguem de pé acabaram sendo ocupadas por outras famílias ou abrigam moradores que não entraram em acordo com o município.
Segundo a prefeitura, a remoção da comunidade vai abrir espaço para o Polo Automotivo da Mangueira, um centro comercial que vai reunir lojas de autopeças e borracharias que já funcionam na região. Os moradores e comerciantes que permanecem no local, no entanto, reclamam que o governo descumpriu o acordo de primeiro construir no terreno um polo automotivo, em substituição às antigas oficinas, e só depois demolir os imóveis.
No início da noite desta quinta-feira (18), estudantes da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) foram dar apoio aos moradores e comerciantes, bloqueando a avenida Radial Oeste, uma das principais vias de ligação entre o centro e a zona norte. Em resposta, a Polícia Militar perseguiu os alunos até o campus da universidade, próximo à favela.
Ao tentarem entrar no prédio, os estudantes encontraram as portas fechadas. Houve confronto com os seguranças da universidade, que os repeliram com jatos de água. (Com Agência Brasil).
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