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Após quase 4 anos, bonde de Santa Teresa volta a circular com passageiros

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

27/07/2015 11h28Atualizada em 27/07/2015 19h12

Quase quatro anos após o acidente que matou seis pessoas, deixou cerca de 50 feridos e tirou de circulação o bonde de Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro, passageiros fizeram, na manhã desta segunda-feira (27), a primeira viagem-teste do novo veículo.

A circulação, nos primeiros meses, será apenas em um trecho entre as estações Carioca e Curvelo, de 1,7 km de extensão, 16% do percurso original dos bondinhos, de 10,5 km, passando pelos Arcos da Lapa.

Os passageiros do primeiro dos dois novos bondes que estão circulando aplaudiram o momento que o veículo começou a andar. Eles foram recepcionados pelo secretário estadual de Transporte, Carlos Roberto Osório, que estimou que todo o sistema voltará a operar apenas no primeiro semestre de 2017, três anos após o primeiro prazo divulgado pelo Governo do Estado --antes da Copa do Mundo de 2014.

Nesta fase de testes, não haverá cobrança de passagem. O serviço vai operar de segunda-feira a sábado, das 11h às 16h, com intervalos de 20 minutos. "É um dia muito simbólico e muito importante. Teremos uma fase de adaptação, fora do horário de pico, para reintroduzir a operação", afirmou Osório.

A lotação de cada bonde é limitada a 32 passageiros. Ao contrário do que era costume antes do acidente, não será permitido viajar em pé, nem nos estribos, que no modelo do novo bonde são retráteis e acionáveis no momento de parada nos pontos.

Apenas dois bondes irão circular nessa fase de testes, sempre com um motorneiro e um auxiliar. Outros dois bondes reserva estão aptos para entrar em operação, segundo Osório. "Vamos avaliar. Se necessário, podemos colocar mais bondes, aumentar o horário ou diminuir o intervalo entre as viagens", disse o secretário.

Osório admitiu que as obras do bondinho de Santa Teresa passaram por "vários problemas". "O governo do Estado reconhece que as obras não andaram no ritmo adequado", afirmou. A expectativa é que até o fim de agosto os trilhos sejam instalados no trecho que vai até o Largo dos Guimarães, com início dos testes previsto para outubro.

Novela

Pouco depois do acidente, o governo anunciou uma milionária reforma do meio de transporte de um dos bairros que mais atrai turistas na capital fluminense.

Porém, em quatro anos, somente 25% das obras haviam sido executadas até o primeiro semestre deste ano, de acordo com o secretário de Estado de Transportes do Rio, Carlos Roberto Osório.

As ruas de Santa Teresa se tornaram um grande canteiro de obras, alterando a rotina de moradores e frustrando os planos dos visitantes interessados em conhecer locais históricos da cidade.

Segundo a versão oficial, o atraso em relação à execução da reforma é de responsabilidade do consórcio responsável pelo projeto (orçado em R$ 90 milhões), Elmo Azvi.

Por conta de falhas constatadas por técnicos da Secretaria de Estado de Transportes e representantes do Ministério Público, o consórcio já recebeu multas que, só neste ano, chegam a quase R$ 1,5 milhão. (Com Estadão Conteúdo)