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Governo desapropria fazenda onde houve chacina de Felisburgo (MG) em 2004

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

26/09/2015 09h23Atualizada em 26/09/2015 10h10

Quase onze anos após a chacina que matou cinco integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) do acampamento Terra Prometida em Minas Gerais, em novembro de 2004, a área foi desapropriada para assentamento desses trabalhadores.

A fazenda Nova Alegria, em Felisburgo (MG), distante 736 km de Belo Horizonte, palco da chacina, foi desapropriada nesta sexta-feira (25), por meio de decreto assinado pelo governador Fernando Pimentel (PT).

De acordo com o decreto de Pimentel, publicado na edição deste sábado (26) no diário oficial do Estado, foi desapropriada uma área total nessas propriedades de 4.839 hectares, quase 5 milhões de metros quadrados. A área desapropriada da fazenda Nova Alegria é de 1.288 hectares (cerca de 1,2 milhão de metros quadrados). De acordo com o decreto, a medida entra em vigor imediatamente.

De acordo com o governo mineiro, 352 famílias de trabalhadores rurais sem terra serão beneficiadas pelo projeto, orçado em R$ 43 milhões, e que ainda prevê outras duas desapropriações: nas fazendas Córrego Fundo e Gravatá, em Novo Cruzeiro (MG), distante 577 Km da capital; e na propriedade Ariadnópolis, em Campo do Meio (MG), a 335 km de Belo Horizonte.

Mandante foi condenado a 115 anos

Em 20 de novembro de 2004, pistoleiros invadiram o acampamento Terra Prometida, na fazenda Nova Alegria. Cinco pessoas foram mortas, 12 ficaram feridas e 27 barracos foram incendiados.

O fazendeiro Adriano Chafik, apontado como mandante do massacre, foi condenado a 115 anos de prisão. Washington da Silva, empregado do fazendeiro, foi condenado a 97 anos e 6 meses de prisão.

Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza, que teriam sido contratados para executar a ação, foram condenados a 102 anos e seis meses de prisão. Um quinto réu, Adimilson Rodrigues Lima, morreu antes de ser julgado.