Garoto de 13 anos morreu em jogo de roleta-russa, conclui polícia do RS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu nesta quarta-feira (18) que o menino Noé Guilherme Rodrigues da Silva, de 13 anos, morto no último dia 2 de outubro com um tiro no peito, foi vítima de um jogo de roleta-russa.

A brincadeira estava sendo realizada no pátio da casa onde o garoto morava. Um amigo de Noé, de 15 anos, é o principal suspeito de ter induzido o menor a participar do ato.

A roleta-russa é um "jogo" que consiste em deixar uma só bala no tambor de um revólver, fazê-lo girar, apontar o cano da arma para si próprio ou para outra pessoa, sem conhecer a posição exata da bala, e apertar o gatilho.

Responsável pelo inquérito, o delegado Cristhian Nedel, do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), anunciou que o autor do disparo foi indiciado por homicídio com dolo eventual e por motivo fútil. O adolescente negou que tenha sido autor do disparo fatal.

“Não sabemos ainda se a vítima foi obrigada a participar da brincadeira ou não, mas o autor do disparo tinha pleno domínio da situação e sabia dos riscos de uma roleta-russa. Disso não temos dúvida”, afirmou o delegado.

Noé foi morto no pátio frontal de sua casa, localizada na vila No Limite, zona sul de Porto Alegre. Na época, a polícia considerou a possibilidade de a morte ter sido causada por um bala perdida – a área é conflagrada devido à atuação de quadrilhas de traficantes – ou por um disparo acidental. As duas hipóteses já foram descartadas pela investigação.

A delegada Elisa de Souza, que apurou o caso, confirmou que não houve tiroteio na região no dia em que o menino foi morto. Testemunhas interrogadas pela Polícia, além disso, dizem ter ouvido dois disparos por volta das 18h do dia do crime. A arma utilizada na roleta-russa nunca foi encontrada.

Além do menor suspeito de ser autor do disparo, um jovem de 19 anos também estava na cena do crime, mas sua participação no episódio foi descartada pela Polícia.

O adolescente apontado como autor do disparo teve sua internação provisória encaminhada à Justiça. O inquérito está em análise no Ministério Público.