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Começam as obras para a implantação do Parque Augusta, em São Paulo

Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo

23/10/2019 13h31

Resumo da notícia

  • Placas e tapumes começam a ser instalados no Parque Augusta
  • Projeto foi definido em acordo com prefeitura, MP e construtoras
  • É uma das últimas áreas verdes do centro de São Paulo

Começaram as obras para a implantação do Parque Augusta, uma das últimas áreas verdes do centro de São Paulo, localizado entre as ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, no bairro da Consolação. Uma placa sinalizando a obra estava visível hoje e indica que as obras começaram no último dia 15. Uma outra com o local de entrada e saída de operários estava para ser instalada.

A reportagem do UOL viu operários colocando estacas para um muro de contenção, que começou a ser erguido nos últimos dias em duas laterais do parque.

Questionada, a SVMA (Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo) não informou sobre prazos e custos da obra e se limitou a informar "que a data de 15/10 corresponde às ações preliminares realizadas pela construtora Setin para permitirem o início do cronograma de obras previsto pelo Ministério Público". O UOL apurou que uma entrevista sobre o parque será realizada na próxima terça-feira (29).

Citada pela SVMA, a construtora Setin não quis comentar em virtude do anúncio oficial programado pela prefeitura. A Kruchin Arquitetura, responsável pelas obras de restauro, conforme a placa registrada pela reportagem, disse que as informações seriam divulgadas na prefeitura.

Em abril deste ano, o prefeito Bruno Covas e as construtoras Setin e Cyrella assinaram a transferência do terreno do Parque Augusta para o município e anunciaram a entrega do parque até 2020.

Assim como o Parque Minhocão e a modernização do Vale do Anhangabaú, o Parque Augusta é uma das grandes apostas do prefeito —que deverá tentar a reeleição ano que vem— na região central da cidade.

Conforme prevê o acordo assinado entre MP de São Paulo, prefeitura e construtoras, o terreno a ser transformado no Parque Augusta tem bosque e algumas estruturas do antigo colégio Des Oiseaux, demolido nos anos 70 e tombado pelo Conpresp (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, e Ambiental da Cidade de São Paulo) em 2004. A Setin e a Cyrella dariam início à obra após estudo preliminar realizado pela SVMA.

As empresas, com base no acordo, ganharam R$ 205,4 milhões em créditos para erguer novos empreendimentos em outras regiões da cidade, um lucro de R$ 95,4 milhões em relação aos R$ 110 milhões gastos para comprar e manter os terrenos que darão origem ao parque. O valor foi calculado com base em lei municipal.

Como será o parque

O Parque Augusta terá quatro portões de entrada. A entrada de serviço será na rua Marquês de Paranaguá e as demais nas ruas Augusta e Caio Prado. Do lado de fora, serão recuperadas calçadas e criadas vagas de estacionamento para pessoas com deficiência.

Dentro do parque haverá espreguiçadeiras, redário, um cachorródromo de 450 m², área para prática de slackline, equipamentos de ginástica para a terceira idade e um playground com brinquedos inclusivos. Estão previstos também uma praça e um deque elevado.

Num antigo prédio do colégio Des Oiseaux serão instalados um centro de informações turísticas e um espaço para educação ambiental com centro de compostagem. O parque terá também trilhas.

O espaço foi reivindicado por grupos de moradores do centro que se mobilizaram em torno da ideia. Vai ser ligado à praça Roosevelt por meio de um bulevar a ser construído na rua Gravataí.