Cracolândia: operação contra tráfico que prendeu 18 apreendeu 111g de crack
A operação da Polícia Civil na região conhecida como "cracolândia", no centro de São Paulo, que terminou com 18 pessoas presas no sábado (22) apreendeu 111,1 gramas de crack escondidos num estacionamento — o equivalente a 400 pedras da droga.
O que aconteceu
A operação tinha como alvo 35 pessoas identificadas nas investigações da polícia. De acordo com a polícia, 16 foram presos em flagrante por envolvimento no tráfico e dois porque eram procurados da Justiça. "Foram usadas diversas ferramentas de tecnologia, além do trabalho em campo, foi uma ação controlada para que pudéssemos individualizar a conduta de cada criminoso", disse o delegado geral Artur Dian.
Dos 18 presos, 6 já foram soltos. Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, as liberações ocorreram após audiência de custódia. Ele não soube detalhar o motivo da soltura. Todos os detidos, segundo ele, tinham antecedentes criminais.
Os presos atuam no auxílio de venda pelo traficante e na montagem de barracas. Segundo as investigações, alguns dos detidos também atuam como seguranças e permitindo a venda e a circulação da droga entre os usuários.
Durante a operação, cães farejadores da GCM (Guarda Civil Metropolitana) encontraram pedras de crack num estacionamento na região. Conforme o boletim de ocorrência, na análise dos 111,1 gramas de pedras apreendidos, o resultado foi positivo para cocaína, droga da qual é derivado o crack (um mistura de cloridrato de cocaína e bicarbonato de sódio).
A droga apreendida equivale ao consumo diário de cerca de 30 usuários — na capitais, o número médio de pedras usadas por usuário é de 16 por dia, de acordo com pesquisa da Fiocruz
Como comparação, uma operação em abril apreendeu com uma única pessoa dois quilos de crack — o equivalente a 8.000 pedras. A droga estava com Mary Daiane da Silva, conhecida como "Tia da Cracolândia" — segundo a polícia, Mary era a responsável de receber a droga de um fornecedor e entregar a outros traficantes na região central de São Paulo.
Derrite ressaltou o "aumento da produtividade" da polícia. Ele disse que a área do centro registrou redução de mais de 20% de roubos e furtos em relação ao ano anterior. Dos 1.400 presos na área, 600 foram por acusação de tráfico, segundo o secretário, e mais de meia tonelada foi apreendida desde janeiro.
Localizaram pedras de crack no estacionamento que fica no local situado na equina da av. Rio Branco com ros Gusmões, onde os traficantes homiziavam o entorpecente para dificultar a ação policial, tal conduta é corriqueira pois quando as viaturas policiais se aproximam, traficantes jogam entorpecentes em locais de difícil acesso para evitar a localização destas. As substâncias entorpecentes localizadas pelos cães da GCM foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística para exame de constatação, o qual revelou o Laudo de Pericial indicou resultado para cocaína, na quantidade 111,1 gramas
Trecho de boletim de ocorrência
recuou em mudança da cracolândia
A ação policial ocorreu dias depois de o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciar um "censo" dos frequentadores da área. Segundo ele, a ideia era separar pessoas em situação de rua, dependentes químicos e traficantes e, depois, levar os usuários de drogas da região da Santa Ifigênia para o Bom Retiro.
Mas o governador recuou da decisão de transferir os dependentes de lugar. A proposta provocou reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública.
A ideia inicial do poder estadual era tentar aproximar os usuários de drogas do Complexo Prates, equipamento municipal que atende a população em situação de rua e também dependentes químicos, no final da rua Prates, no Bom Retiro. O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que não havia sido consultado sobre o tema e falou em um "mal-entendido" com Tarcísio.
O governo do Estado informa que após novas avaliações a estratégia de direcionar o fluxo para o Complexo Prates será revista. Novas possibilidades para solucionar o problema da Cracolândia estão sendo estudadas e serão divulgadas em breve."
Nota divulgada pelo governo de SP na quinta-feira (20)
Tarcísio afirmou que pode considerar a internação compulsória de dependentes químicos "em último caso". Em entrevista à CNN Brasil na sexta-feira (21), o governador disse entender que as internações só devem ser feitas "quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas, como forma de salvar vidas".
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