Vaga do Brasil no Conselho da ONU não depende dos EUA, diz Hillary
Apesar de já ter o sim de vários países, a entrada do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas não depende apenas do apoio norte-americano, disse nesta segunda-feira (16) a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. Em visita a Brasília, ela afirmou que uma reforma do órgão, que provavelmente incluiria a maior potência sul-americana, está sendo travada por outros membros permanentes.
"Estamos comprometidos com esforços de reforma na ONU, não apenas no Conselho de Segurança. Acreditamos que os EUA mostraram um compromisso maior com a reforma do que todos os colegas do Conselho", disse Hillary em entrevista que concedeu ao lado do colega brasileiro, Antonio Patriota (Relações Exteriores). "Mas também aprendemos que até que outros países se comprometam, não faremos o progresso necessário", completou ela, sem citar quem impediria a mudança.
O Conselho de Segurança é formado por cinco membros permanentes (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido) e uma reforma é estudada para que países emergentes possam ser integrados ao órgão.
"Os EUA admiram a crescente liderança e a aspiração do Brasil para se juntar ao conselho como membro permanente", disse ela. Para Hillary, "no coração dessa parceria entre Brasil e EUA estão os valores", o que "tem sido aprofundado e ampliado em várias parcerias".
Nesta tarde, Hillary e Patriota discutiram, além das parcerias, ações no Haiti, na África e na área energética. Mais tarde, ela jantará na residência oficial do ministro.
Os EUA já apoiaram abertamente outros países emergentes, como a Índia, a aspirarem um assento permanente no prestigioso Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em sua visita ao Brasil em março do ano passado, o presidente Barack Obama se limitou a “expressar apreço” pela disposição brasileira.
A secretária ainda elogiou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, como uma mulher "muito inteligente e prática". "O que o Brasil faz é complicado e custoso [na área do pré-sal]. Existem formas como nossas petrolíferas, que têm experiência, podem se associar à Petrobras, em condições estabelecidas pelo governo brasileiro", disse Hillary. "Ela [Graça Foster] sabe que muito vai acontecer longe da costa e vai exigir muito investimento. É possível que os EUA e suas empresas participem."
Hillary ainda criticou a decisão da Argentina de estatizar a petrolífera espanhola YPF. "Um mercado de energia aberto é sempre a melhor escolha", afirmou.
A secretária comentou também sobre o novo regime da Coreia do Norte, que fracassou no lançamento de um foguete, e lamentou ataques no Afeganistão contra alvos norte-americanos.
A secretária norte-americana termina sua visita oficial ao Brasil na terça-feira (17), quando se reúne com a presidente Dilma Rousseff e participa de um fórum para transparência governamental. No mesmo dia ela segue para a Bélgica.
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