Brasil e Alemanha vão pressionar ONU a adotar resolução por privacidade na internet
Brasil e Alemanha estão pressionando a ONU a adotar uma resolução que promova o direito à privacidade na internet, o que seria a primeira grande medida internacional para por fim à espionagem promovida pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, em inglês). A informação é da revista Foreign Policy.
De acordo com a publicação, diplomatas brasileiros e alemães se encontraram na quinta-feira (24), em Nova York, para discutir um plano que expande para a internet o direito à privacidade já previsto no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assinado em 1966, anos antes da popularização da web.
O documento que está sendo escrito pelos dois países não deve mencionar diretamente os Estados Unidos e seu programa de espionagem. Mas está claro que a medida está sendo tomada após denúncia de que a NSA monitorou conversas telefônicas da chanceler alemã, Angela Merkel, e da presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Brasileiros e alemães esperam que a resolução proposta seja votada pelo comitê de direitos humanos da Assembleia Geral da ONU ainda neste ano.
Merkel teria sido espionada a partir da embaixada dos Estados Unidos em Berlim, segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, que cita documentos divulgados por Edward Snowden, ex-consultor da NSA, origem de uma série de revelações sobre as atividades de espionagem dos Estados Unidos no mundo.
O caso da suposta espionagem do telefone celular de Angela Merkel pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos irritou a Alemanha. A chanceler alemã disse na quinta-feira em Bruxelas, onde participa em uma reunião de cúpula europeia, que pediu explicações ao presidente Barack Obama sobre as revelações.
"Os amigos não devem ser espionados. A confiança deve ser restabelecida", disse Merkel.
Nesta sexta-feira (25), o jornal britânico "The Guardian" traz em sua manchete a denúncia de que os EUA teriam espionado 35 líderes mundiais.
Segundo a reportagem, a NSA incentiva funcionários da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Pentágono a informar os números de telefones de líderes e, assim, montar uma agenda telefônica para facilitar a espionagem. O jornal não especifica quais líderes teriam sido espionados. (Com agências internacionais)
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