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Simpatizantes da Irmandade Muçulmana tocam fogo em universidade no Cairo, diz TV

Do UOL, em São Paulo

28/12/2013 09h07

Simpatizantes da Irmandade Muçulmanda, organização islamita declarada terrorista pelo governo do Egito, atearam fogo em prédios de uma universidade no Cairo, de acordo com a TV estatal egípcia.

Estudantes entraram em confronto com a polícia na Universidade Al-Azhar, incendiando dois prédios, nas faculdades de negócios e de arquitetura, em uma tentativa de impedir que outros alunos prestassem exames.

Um estudante disse que um apoiador da Irmandade foi morto, apesar de as forças de segurança negarem essa informação.

O jornal estatal "Al-Ahram" disse que os confrontos começaram quando as forças de segurança jogaram bombas de gás para dispersar estudantes pró-Irmandade que estavam bloqueando a entrada de colegas nos prédios da universidade. Manifestantes jogaram pedras contra a polícia e colocaram fogo em pneus para conter o gás lacrimogêneo.

A emissora de TV estatal transmitiu imagens de uma fumaça preta saindo de um dos edifícios e disse que "estudantes terroristas" teriam colocado fogo no local.

Al-Azhar, um respeitado centro de estudos islâmicos sunitas, tem sido há alguns meses cenário de protestos contra o que a Irmandade chama de "golpe militar" que depôs o islamita Mohamed Mursi como presidente depois de um ano no cargo.

Na sexta-feira (27), três pessoas morreram em confrontos entre a polícia e militantes da Irmandade no país. 

 Autoridades do Egito têm perseguido o grupo desde julho, quando o presidente Mohammed Morsi, que pertence à Irmandade, foi deposto em um golpe do Exército,. 

Na última quarta-feira, o grupo foi declarado uma organização terrorista, em reação a um atentado a bomba contra um quartel da polícia no Delta do Nilo. O governo acusou a Irmandade pelo ataque, mas o grupo negou seu envolvimento. 

Desde setembro, quando o grupo foi banido pela Justiça egípcia, milhares de membros da Irmandade foram presos e julgados. 

O secretário de Estado americano, John Kerry, telefonou para seu equivalente no governo egípcio para manifestar preocupação com a onda de detenções e pedir um "processo político inclusivo", segundo o porta-voz Jen Psaki. (Com BBC e agências internacionais)