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Obama diz que estratégia da Rússia na Síria é "receita para desastre"

Alexey Druzhinin/AFP
Imagem: Alexey Druzhinin/AFP

Do UOL, em São Paulo

02/10/2015 19h08

A estratégia da Rússia na Síria, em apoio ao presidente sírio Bashar al-Assad, é uma "receita para o desastre", afirmou o presidente Barack Obama, que, no entanto, destacou que trabalhar com Moscou para reduzir as tensões é algo ainda possível.

De acordo com Obama, a estratégia russa "não faz diferenças entre o Estado Islâmico e a oposição sunita moderada que quer a saída de Assad. De sua perspectiva, todos são terroristas, e isso é uma receita para o desastre".

A Rússia conduziu bombardeios na Síria pelo terceiro dia consecutivo nesta sexta-feira (2), atingido sobretudo áreas controladas por grupos insurgentes rivais em vez de atacar os militantes do Estado Islâmico, alvos que alegava ser os principais, o que vem provocando uma reação cada vez mais irritada de países ocidentais.

A coalizão liderada pelos EUA que mantém sua própria guerra aérea contra o Estado Islâmico solicitou aos russos que interrompam seus ataques contra alvos que não sejam o EI.

“Nós pedimos à Federação Russa que cesse imediatamente os ataques contra a oposição síria e civis e foque seus esforços no combate ao Isil”, disse a coalizão, que inclui os EUA, grandes potências europeias, Estados árabes e Turquia.

“Expressamos nossa profunda preocupação com relação à escalada militar russa na Síria e especialmente com os ataques da Força Aérea Russa em Hama, Homs e Idlib desde ontem, que causaram vítimas civis e não tiveram o Daesh como alvo”, disse o grupo.

Isil e Daesh são dois acrônimos usados para se referir ao Estado Islâmico, também conhecido como Isis, grupo que autoproclamou um califado ao longo de faixas do leste da Síria e norte do Iraque.

Na Síria, o grupo é um dos muitos que lutam contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia. Washington e seus aliados regionais e ocidentais afirmam que a Rússia usa o EI como pretexto para bombardear outros grupos de oposição a Assad.

Alguns desses grupos receberam treinamento e armas dos inimigos estrangeiros do presidente sírio, incluindo os EUA.

O presidente russo, Vladimir Putin, manteve frias conversações com o presidente francês, François Hollande, em Paris, em sua primeira reunião com um líder ocidental desde que começaram os ataques na Síria, há dois dias, logo depois de ter feito um discurso na ONU defendendo o diálogo com Assad. (Com Reuters e Efe)

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Efe