Prisioneiros libertados pela Coreia do Norte chegam aos EUA e são recepcionados por Trump
Os três prisioneiros americanos libertados pela Coreia do Norte depois do encontro entre o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o líder norte-coreano Kim Jong-un desembarcaram nos Estados Unidos às 3h50 (no horário de Brasília) desta quinta-feira (10).
Eles foram recepcionados pelo presidente Donald Trump e a primeira-dama, Melania, e o vice-presidente, Mike Pence, e sua esposa, Karen. Os familiares dos libertados não compareceram no desembarque, informou a Casa Branca.
Após o desembarque, Trump se dirigiu aos jornalistas ainda na pista de aterrissagem para agradecer ao líder norte-coreano pela libertação dos presos. "Acho que isto será um grande êxito. Nunca se chegou tão longe (com a Coreia do Norte), nunca houve uma relação como esta", disse Trump, ao se referir à histórica reunião que terá com Kim Jong-un nos próximos dias.
"Eu realmente acredito que (Kim Jong-un) quer fazer algo e trazer seu país para o mundo real", completou o presidente, que não quis revelar o local e a data do encontro com o líder norte-coreano, embora algumas informações já apontam que será em Cingapura.
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Ao lado do presidente, o trio mostrou sua alegria sorrindo e levantando os braços. Um dos libertados, Kim Dong-chul, disse que estar nos EUA "é como um sonho", de acordo com a tradução da intérprete que os acompanhou na recepção.
Perguntado pelo tratamento recebido durante sua detenção, Kim Dong-chul afirmou que tinha realizado trabalho forçado, mas que também recebeu tratamento médico.
Após a recepção na base aérea, os libertados foram transferidos para o Centro Médico Militar Nacional Walter Reed, também perto de Washington, embora as autoridades americanas tenham dito que eles pareciam estar em "bom estado de saúde".
Dois dos libertados, o especialista agrícola Kim Hak-song e o ex-professor Tony Kim, foram presos em 2017, enquanto Kim Dong-chul, um empresário americano nascido na Coreia do Sul e pastor de cerca de 60 anos, havia sido condenado a 10 anos de trabalhos forçados em 2016.
A família de Tony Kim agradeceu a "todos os que trabalharam e contribuíram com seu retorno para casa", e especificamente a Trump, por "se envolver diretamente com a Coreia do Norte".
"Pedimos que continuem orando pelo povo norte-coreano e pela libertação de todos os que ainda estão detidos", assinalou em comunicado.
O avião em que os três estavam aterrissou na base área de Andrews, perto de Washington, minutos depois da descida da aeronave que trazia o secretário de Estado.
Os agora ex-prisioneiros deixaram Pyongyang na quarta, a bordo do avião de Pompeo. Após uma escala no Japão, o trio foi transferido para um avião militar medicalizado, no qual voaram até Washington.
A libertação dos últimos detidos norte-americanos na Coreia do Norte pareceu sinalizar um esforço de Kim para melhorar o tom da cúpula e seguir sua recente promessa de suspender os testes de mísseis e fechar um local de teste de bomba nuclear.
Pyongyang outorgou uma "anistia" a eles, disse um funcionário americano.
Segundo analistas, esta decisão dá uma necessária vitória diplomática para Trump e elimina o último grande obstáculo para uma histórica reunião entre dois inimigos da Guerra Fria.
Zona desmilitarizada descartada como sede
A decisão da Coreia do Norte de libertar os três homens parece abrir caminho para o encontro entre Trump e Kim.
"Era absolutamente imperativo que a administração Trump garantisse a libertação dos três americanos antes de qualquer cúpula", declarou Jean Lee, analista do Wilson Center.
Após a libertação, Trump falou com seu homólogo sul-coreano, Moon Jae-in, dizendo que esperava que isso impactasse positivamente na reunião com Kim, segundo a Casa Azul, sede da Presidência sul-coreana.
Seul fez eco desse sentimento, de acordo com um comunicado citado pela agência de notícias Yonhap.
Trump assinalou que já decidiu a data, hora e o lugar da reunião com Kim, embora as autoridades americanas tenham indicado que faltam alguns ajustes.
Quando perguntado sobre a duração da cúpula, Pompeo não descartou a possibilidade de estendê-la além de um dia.
Trump disse a jornalistas na Casa Branca que os detalhes serão revelados "nos próximos três dias", mas descartou que seja na Zona Desmilitarizada (DMZ, em inglês), que divide a península desde o fim da Guerra Coreia, em 1953.
Até agora, DMZ e Singapura haviam sido mencionados como possíveis sedes.
Desnuclearização e acordo de paz
O tão esperado encontro será para debater o programa de armas nucleares norte-coreano, que Trump exigiu a Kim que renunciasse de forma irreversível. Mas Kim deu poucos indícios de que esteja disposto a conceder, ou o que vai exigir em troca.
Pyongyang tem insistido que os Estados Unidos retirem seu apoio à Coreia do Sul, onde estão alocados mais de 30 mil militares americanos.
Em uma reunião em abril na DMZ, a terceira desde o fim da guerra entre os líderes do Norte e do Sul, Kim e Moon reafirmaram seu compromisso com o objetivo comum de uma "completa desnuclearização" da península.
Também concordaram em manter conversas com Washington e, possivelmente, com Pequim, para chegar a um acordo até o final do ano. A Guerra da Coreia, na qual a China apoiou o Norte e os Estados Unidos o Sul, terminou com um armistício, mas sem um tratado de paz.
Na terça-feira, Kim se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, pela segunda vez em seis semanas.
Segundo a agência de notícias oficial da China, Kim disse a Xi que não há a necessidade de a Coreia do Norte ser um Estado nuclear, "sempre e quando as partes interessadas deixarem sem efeito suas políticas hostis e as ameaças à segurança" da Coreia do Norte.
O funcionário norte-coreano Kim Yong Chul, que se reuniu com Pompeo em Pyongyang, insistiu que a abertura do país às negociações "não foi o resultado das sanções impostas pelo exterior", mas uma mudança na abordagem do regime.
"Aperfeiçoamos nossa capacidade nuclear. É a nossa política concentrar todos os esforços no progresso econômico do país", disse. (Com informações da da Efe e da AFP)
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