Trump anuncia libertação de americanos presos na Coreia do Norte
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) a libertação de três norte-americanos detidos na Coreia do Norte.
Segundo Trump, os americanos de origem coreana Kim Dong-chul, Kim Sang-duk e Kim Hak-song estão voltando de Pyongyang em um voo com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que visitou o país nesta quarta.
Kim Dong-chul, detido em outubro de 2015, era o que estava preso há mais tempo. Os outros dois, funcionários da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, foram detidos em 2017, após a chegada de Trump ao poder.
"Tenho prazer em informar que o secretário de Estado Mike Pompeo está voltando da Coreia do Norte com três cavalheiros maravilhosos que todos estão querendo conhecer. Eles parecem estar em boas condições de saúde", escreveu Trump no Twitter, acrescentando que terá uma "ótima reunião" com Kim Jong-un, que já tem data e local escolhidos - ainda não divulgados.
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Pompeo chegará à base aérea Andrews, em Washington, às 2h locais (3h de Brasília) desta quinta-feira. "Estarei lá para cumprimentá-los. Muito empolgante!", disse Trump.
Após deixar Pyongyang, o secretário de Estado disse a jornalistas que os americanos libertados parecem estar em boas condições de saúde "levando em conta tudo o que eles passaram".
Mais tarde, a Casa Branca informou que os ex-prisioneiros conseguiram subir no avião "sem assistência" e classificou a libertação como um "gesto positivo de boa vontade" do regime norte-coreano.
A liberação dos presos era uma exigência antiga de Washington, que se prepara para um encontro com o presidente norte-coreano Kim Jong-un, esperado para o fim de maio ou início de junho.
A situação dos prisioneiros norte-americanos havia sido tema de um tuíte provocador de Trump nas últimas semanas. "Como todo mundo sabe, a administração precedente (de Barack Obama) exigiu, durante um longo tempo, que três reféns fossem libertados de um campo de trabalho norte-coreano, mas sem sucesso. Fiquem atentos!"
Família agradece a Trump
Professor de contabilidade na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, Kim Sang-duk, também conhecido pela versão americana de seu nome, Tony Kim, foi detido em abril de 2017 por supostamente cometer "crimes de hostilidade que visavam derrubar" o regime.
Nesta quarta, a família de Tony Jim, 59, agradeceu a todos que "trabalharam e contribuíram para seu retorno", creditando Donald Trump por "se envolver diretamente" com a Coreia do Norte. O comunicado da família pede orações em nome dos norte-coreanos e pela libertação de todos os presos políticos.
Kim Hak-song, por sua vez, também trabalhava na universidade de Pyongyang e foi detido sob acusação de cometer "atos hostis" ao regime. Não se sabe, porém, se sua prisão estava relacionada à de Tony Kim, feita duas semanas antes.
Kim Dong-chul, 64, morava em na cidade chinesa de Yanji, próximo à fronteira com a Coreia do Norte, e viajava frequentemente ao país, onde era dono de um hotel na zona econômica especial de Rajin-Sonbong. Em sua última visita, foi acusado de espionagem e tentar obter detalhes militares da Coreia do Norte, além de fazer propaganda religiosa, um crime no país. Ele foi condenado a dez anos.
A Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang (PUST, na sigla em inglês) é a única universidade privada da Coreia do Norte e, em tese, detém certa autonomia. Ela é financiada por entidades do Ocidente, que fornecem doações, e tem parceria com a chinesa Universidade de Ciência e Tecnologia de Yanbian (YUST). A PUST foi originalmente concebida como uma porta de abertura da Coreia do Norte com a Coreia do Sul e o Ocidente.
Além dos três ex-prisioneiros, a Coreia do Norte também deteve outro americano nos últimos anos: o estudante Otto Warmbier, acusado de roubar propaganda do regime no hotel em que estava hospedado. Warmbier foi entregue aos Estados Unidos no ano passado, em coma, e morreu dias após a chegada ao país, acirrando as críticas de Trump ao regime, na época.
Esperança de paz
Tecnicamente, Seul e Pyongyang continuam em guerra desde a década de 1950, mas o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder do norte, Kim Jong-un, concordaram, na cúpula da semana retrasada, em trabalhar para um tratado permanente que substitua o armistício firmado há 65 anos.
"Os Estados Unidos nunca estiveram tão perto de que, potencialmente, algo aconteça em relação à península coreana, que elimine as armas nucleares", disse Trump aos jornalistas esta semana, expressando sua confiança na realização da cúpula. O presidente também destacou que pode se retirar, se não se chegar a um acordo à altura de suas expectativas.
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