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EUA dizem que maior parte do desarmamento da Coreia do Norte deve ocorrer até 2021

1.abril.2018 - Então diretor da CIA, Mike Pompeo se encontra com o norte-coreano Kim Jong-un em Pyongyang, pouco antes de assumir o cargo de secretário de Estado dos EUA - White House/AP
1.abril.2018 - Então diretor da CIA, Mike Pompeo se encontra com o norte-coreano Kim Jong-un em Pyongyang, pouco antes de assumir o cargo de secretário de Estado dos EUA Imagem: White House/AP

Do UOL, em São Paulo

13/06/2018 15h16

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou nesta quarta-feira (13) que os Estados Unidos esperam que a maior parte do desarmamento nuclear da Coreia do Norte ocorra até 2021, quando termina o mandato de Donald Trump na presidência caso ele não seja reeleito.

Viajando à China e Coreia do Sul para uma visita diplomática que está relacionada à cúpula entre Trump e Kim Jong-un na terça, em Singapura, Pompeo deu a declaração a jornalistas americanos que o questionaram sobre os detalhes do plano de 'desnuclerização completa' descrito na declaração conjunta dos líderes – que não estabelece prazos ou formatos para esse desarmamento.

"Estamos esperançosos de que a gente possa conseguir atingir isso [um grande desarmamento nuclear] nos próximos dois anos e meio. Ele deve ser encerrado com toda probabilidade no primeiro mandato de Trump", declarou Pompeo em Seul.

Ele também ressaltou que, ao dizer que a desnuclearização é 'completa', o comunicado estabelece que esse desarmamento seja "verificável e irreversível" – termos apontados como exigências por autoridades norte-americanas, como o próprio Pompeo, mas que não apareceram no documento oficial do encontro.

"'Completo' significa 'verificável' na mente de todos os envolvidos. Não se pode desnuclearizar sem validar, autenticar. O presidente [Trump] está comprometido com isso."

Segundo Pompeo, Trump deixou esse ponto claro durante a conversa com Kim e afirmou que, caso as negociações não continuem produtivas, os exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul, suspensos ontem por Trump, podem ser retomados.

"Ele [Trump] deixou muito claro que, para que os exercícios não aconteçam, é preciso que haja negociações produtivas e de boa fé. Senão essa suspensão deixa de ter efeito", disse Pompeo. Segundo ele, a suspensão está relacionada a um "estabelecimento das condições certas para que estas conversas continuem".

O secretário de Estado também afirmou que comandará esse processo com os norte-coreanos e disse que mais passos serão dados nas próximas semanas. "Resta um monte de trabalho pela frente", declarou.

Suspensão de exercícios militares será discutida em viagem de Pompeo

Pompeo partiu hoje de Singapura com destino a Seul para informar ao Executivo do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, sobre os resultados da cúpula. Trump insistiu ontem que o histórico encontro, que terminou com uma declaração pouca concreta, era o ponto de partida de um longo processo no qual serão envolvidos não só EUA e Coreia do Norte.

Nesse sentido, em sua primeira escala em Seul, o chefe da diplomacia americana tratará do delicado assunto da suspensão dos exercícios militares na península coreana, anúncio que pareceu pegar de surpresa o governo sul-coreano.

O presidente sul-coreano, com quem Pompeo se reunirá amanhã, convocou para o mesmo dia uma reunião do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) para discutir o assunto, que causou certa preocupação em Tóquio – o governo japonês vê os exercícios como fundamentais para a segurança na região.

"As manobras entre Coreia do Sul, Estados Unidos e a maior parte das tropas americanas em território sul-coreano têm um papel muito importante na segurança da Ásia Oriental. Quero transmitir esta ideia a Washington e também a Seul", disse hoje o ministro de Defesa do Japão, Itsunori Onodera.

Nesse sentido, o chefe da diplomacia americana manterá em Seul um encontro trilateral com seus equivalentes de Japão, Taro Kono, e Coreia do Sul, Kang Kyung-wha.

Além disso, Pompeo se reunirá amanhã mesmo em Pequim com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.