Com crise, não é hora de contrair dívidas nem comprar bens duráveis
Momentos de crise ocorrem por desequilíbrios na economia, percebidos por três indicadores básicos: inflação, gastos do governo e taxa de câmbio. A inflação, sempre a vilã, causa um efeito perverso sobre o orçamento das famílias.
Normalmente, o salário do trabalhador é reajustado uma vez por ano, enquanto os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias sobem sistematicamente a cada dia, fazendo com que, ao longo do ano, o poder de compra das pessoas se reduza.
Os gastos do governo, quando são maiores que a arrecadação dos impostos, fazem com que os juros do crédito pessoal aumentem, tornando caro tomar dinheiro emprestado nos bancos ou mesmo comprar através de financiamentos.]
E a taxa de câmbio, por sua vez, à medida que aumenta (desvalorização do real), torna os produtos e as matérias primas importadas mais caras, contribuindo para o aumento dos preços.
Diante deste cenário, as famílias precisam rever e readequar seus hábitos de consumo e financeiro. Como nesses momentos recessivos aumenta a possibilidade da perda do emprego, a criação e manutenção de uma reserva financeira torna-se importante e estratégica.
A primeira recomendação é a de começar a economizar pelo menos 20% do salário líquido até perfazer, pelo menos, o equivalente a seis salários, e esquecer que essa reserva existe. Com essa diminuição de 20% na capacidade de gastar, a segunda recomendação é a de revisar o orçamento doméstico de tal forma que as despesas do cotidiano se encaixem nesse valor.
Caso supere esse montante, surge a necessidade de efetuar alguns cortes, principalmente do que pode ser considerado supérfluo. Não se deve esquecer, entretanto, que o valor da maioria dos itens que constam do orçamento aumentará ao longo do tempo, o que exigirá uma revisão constante do orçamento.
A predisposição de substituir produtos mais caros por mais baratos deverá estar sempre presente. Inclusive de trocar produtos por outros similares, como por exemplo, a carne bovina por carne de frango, refrigerantes por água, e assim por diante. Tudo isso para que não haja uma deterioração maior do bem-estar.
O momento não recomenda, também, contrair dívidas, pois suas prestações comprometerão seu poder de compra no futuro, reduzindo ainda mais a renda disponível. Protele o máximo possível a compra de bens duráveis, a não ser por alguma necessidade emergencial. Esqueça que o cartão de crédito existe, pois ele se constitui numa tentação presente, mas que também terá que ser pago no futuro, por menor que seja o valor do bem a ser adquirido.
À medida do possível, mantenha um pequeno estoque de produtos de primeira necessidade, que é também uma maneira de preservar o poder de compra ao longo do tempo. Com certeza, com essas providências, a crise, que é passageira, passará ao largo da porta do trabalhador!
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