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Crivella anuncia vice como secretário de Transportes do Rio

Marcelo Crivella foi eleito prefeito do Rio no último dia 30 de outubro - Júlio César Guimarães/UOL
Marcelo Crivella foi eleito prefeito do Rio no último dia 30 de outubro Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Do UOL, no Rio

15/12/2016 13h51

O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), anunciou que o vice, Fernando Mac Dowell (PR), será também o secretário municipal de Transportes na sua gestão. O agora senador licenciado fez o anúncio na manhã desta quinta-feira (15), após a solenidade de diplomação dos candidatos eleitos do Rio de Janeiro, na Câmara Municipal, no Centro da cidade.

A pouco mais de duas semanas da posse, no dia 1º de janeiro, esta foi a primeira confirmação oficial do novo secretariado, que segundo Crivella terá até 13 pastas --hoje são 23.

Em entrevista ao UOL em outubro, o vice eleito adiantou que já havia acertado com Crivella a nomeação para a secretaria e disse que uma de suas prioridades será a revisão dos cálculos tarifários e, consequentemente, a redução no valor das passagens do transporte público municipal (BRT, ônibus e VLT).

"Ser vice somente para ficar olhando para o teto? Eu não seria esse cara. Sei que tenho grandes desafios e vou ter que resolvê-los. Agora, eu que vou receber as críticas. Quero assumir para valer", declarou Mac Dowell, 71.

A ideia dele é diminuir o preço em até 20% somente com "reengenharia financeira". Além disso, ele sinalizou que pode realizar auditorias nos acordos já firmados, principalmente com as empresas de ônibus. Tudo vai depender da transparência no fornecimento de informações. "Espero não chegar a isso", disse.

Fernando Mac Dowell - Júlio César Guimarães/UOL - Júlio César Guimarães/UOL
Fernando Mac Dowell foi eleito vice-prefeito na chapa de Crivella
Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Filiado ao PR em agosto desse ano, o vice de Crivella teve nesta eleição a sua primeira experiência partidária. Doutor em Engenharia do Transporte pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Mac Dowell acumula experiências na gestão pública desde a década de 1970.

Durante o regime militar, trabalhou no Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, onde respondia diretamente ao então presidente Ernesto Geisel (1974-1979). Depois, chefiou a implementação do metrô carioca, nos anos 1980, do qual foi presidente e entusiasta.

O engenheiro também foi diretor do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e colaborou com a gestão do ex-governador peemedebista Wellington Moreira Franco (1987-1991), quando desenvolveu projetos de transporte em parceria com o Executivo. "Eu colaborei com todos eles, mas sempre preferi ficar fora da política. Meu foco era a academia", declarou.

Ainda na década de 1980, no entanto, ele foi convidado por Moreira Franco para que assumisse a presidência da Emop, empresa pública responsável pelas obras no Estado. Lá, teve o primeiro contato com Crivella, então diretor de planejamento do órgão.

Mac Dowell trabalhou ainda em projetos de transporte na gestão do ex-governador Leonel Brizola (1991-1994) e atuou como consultor técnico para deputados federais e estaduais. Paralelamente, não deixou de dar aulas nos cursos de engenharia da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e no IME (Instituto Militar de Engenharia).

Indicação polêmica

A escolha do vice e a aliança partidária entre os grupos de Crivella e do ex-governador Anthony Garotinho (PR) são elementos que, desde o primeiro turno, geraram críticas e acusações por parte dos adversários. Crivella nega as especulações, e o próprio Garotinho, em entrevista ao UOL, afirmou não ter interesse na gestão municipal.

Mac Dowell sustenta que seu nome não foi indicado por Garotinho, embora o próprio site do PRB tenha publicado, logo após a convenção partidária, em agosto, um texto noticiando a indicação.

O engenheiro diz ter sido convidado pela filha do ex-governador, a deputada federal Clarissa Garotinho (PRB-RJ), com quem já havia trabalhado. Ele afirma que Garotinho tinha preferência por outros nomes e que a escolha de Crivella quase gerou uma "briga de família".