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Decisão do STF terá 'envergadura histórica', diz relator

Carolina Freitas<br>De São Paulo

05/03/2008 15h40

Na leitura do relatório da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) sobre a pesquisa com células-tronco embrionárias, o relator do processo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, detalhou o pensamento de duas correntes de cientistas, que ficaram expressas durante a audiência pública do STF no ano passado: uma a favor da liberação das pesquisas e outra contrária. "Há configuração de duas correntes de opinião", disse. Segundo ele, "seja qual for conteúdo dessa decisão, ela terá envergadura histórica e envolverá interesses de meios científicos de todo o mundo."

A primeira corrente, contrária à pesquisa, entende que o embrião é protagonista de seus processo de "hominização", sendo o útero um elemento coadjuvante. Segundo o relator, os pesquisadores que pensam dessa forma, encaram os estudos com células embrionárias como "um mal disfarçado aborto". "Essa corrente entende que a pessoa humana já existe no próprio instante da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, tendo pessoalidade e personalidade", disse o ministro.

Outra corrente, de acordo com Britto, investe em pesquisas com células-tronco de embriões, encarando-as como tendo "superior versatilidade para se transformar em todos, ou quase todos, os tecidos do corpo humano". "Essa linha acredita que o ser somente alcança características neurais e físicas humanas com a ajuda do útero e do tempo", disse. O ministro classificou o tema da Adin como "multidisciplinar". "É objeto de estudo do Direito, da Filosofia, da Religião, da Ética e da Biologia", afirmou Britto.


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