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Médico defende só acompanhamento em casos de tumor na próstata

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

19/08/2008 09h00

São Paulo - Especialista com mais de 20 anos de experiência no estudo e no tratamento do câncer de próstata, o professor da Universidade de Toronto Laurence Klotz defende que, em cerca de dois terços dos casos, os tumores devem apenas ser acompanhados, sem a necessidade de tratamento cirúrgico ou com radiação.

A obervação sem intervenção já acontece quando o paciente tem mais de 75 anos ou outra contra-indicação cirúrgica, como doenças cardíacas graves. Mas o que Klotz propõe é a vigilância ativa, que consiste em acompanhar a evolução do carcinoma com exames de sangue trimestrais por dois anos e biópsias a cada quatro anos.

Com base em pesquisa iniciada há 13 anos, que acompanha 5 mil pacientes com tumores na próstata, Klotz concluiu que o simples acompanhamento pode ser a melhor atitude na maioria dos casos. "A cirurgia de próstata nunca é simples. Sempre há risco de seqüelas", diz.

"Quando os homens descobrem que estão com câncer ficam histéricos e querem logo arrancar o tumor", brinca Klotz, acrescentando que essa é a postura da maioria dos médicos também Mas, segundo ele, entre os casos pesquisados, apenas cinco pacientes morreram de câncer de próstata. Um terço precisou de tratamento. Outros 30% morreram de causas diversas.

Atualmente, nos Estados Unidos e no Canadá, 90% dos casos são tratados com radio ou quimioterapia ou com cirurgia. Para Klotz, a maioria dessas intervenções são desnecessárias. "O que define um tumor perigoso é o tamanho, a quantidade de nódulos e a elevação abrupta do PSA, que pode ser medido com exames de sangue". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.