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Hospital vai treinar professores para realizar massagem cardíaca

07/04/2009 11h20

São Paulo - Professores e jovens de escolas públicas de diferentes partes do País deverão ser treinados para realizar massagens cardíacas e respiração boca a boca para socorrer pessoas em parada cardiorrespiratória. O objetivo é que eles multipliquem o conhecimento até que se atinja 455,7 mil pessoas no Brasil. O projeto do hospital privado Sírio-Libanês e do Ministério da Saúde vai começar por São Carlos (a 231 km da capital). Outras três cidades com menos de 250 mil habitantes - Apucarana (PR), Camaçari (BA) e Itanhaém (SP) - também já foram convidadas.

"Todo mundo conhece a história de alguém que caiu desacordado, mas aí ninguém sabia o que fazer", afirma Roberto Padilha, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do hospital. A literatura científica aponta que a atuação de leigos no socorro de paradas cardiorrespiratórias é essencial para melhorar as taxas de sobrevivência. Cerca de 80% dos casos que acontecem fora dos hospitais se passam dentro de casa e aproximadamente 50%, na frente de crianças.

Após uma parada, cada minuto que a vítima não recebe socorro significa um incremento de 10% na chance de morte. "Uma pessoa pode morrer em dez minutos se não receber ajuda", explica o cardiologista Sérgio Timerman, do Instituto do Coração de São Paulo, que elogiou a iniciativa. O objetivo é que os leigos façam parte de uma corrente para salvar vítimas de enfartes, derrames, entre outras situações que levam à morte súbita (em até uma hora após os sintomas), encadeados à chegada rápida da ambulância, uso de um desfibrilador e adequado atendimento no hospital.

Outros estudos mostram que quando esta corrente funciona, a sobrevivência de pacientes chega a 50%, mas quando ela não funciona, é de 2%. "Esta não é só uma responsabilidade médica, mas também da sociedade", afirma Manoel Canesin, consultor de urgências e emergências do ministério. A iniciativa, batizada de "A cidade em defesa da vida", tem um investimento de R$ 6 milhões, em três anos, financiados pelo Sírio-Libanês, um dos hospitais que, após recente mudança na legislação, troca isenções fiscais por projetos para o SUS. O impacto da ação será estudado pelo hospital.

AE