A partir de agosto, rede pública passa a oferecer vacina contra a pólio injetável
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (18), que a partir de agosto vai incluir a vacina injetável contra a poliomielite (com vírus atenuado) no Calendário Básico de Vacinação. Além disso, a rede pública passará a oferecer a vacina pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo b e hepatite B). Atualmente, a imunização para estas doenças é oferecida em duas vacinas separadas.
A versão injetável contra a pólio só será aplicada para as crianças que estão iniciando o calendário de vacinação. Já utilizada na rede privada, essa vacina é considerada mais segura - existe risco, embora pequeno, de as gotinhas causarem a chamada pólio vacinal, doença causada pela própria vacina. O Ministério diz que houve apenas 46 registros em 20 anos de vacinação. No ano passado, uma criança de 1 ano e 4 meses apresentou suspeita do problema em Pouso Alegre (MG).
Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, "o Zé Gotinha não vai morrer, ele apenas ganha um aliado". Isso porque a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) recomenda que os países das Américas continuem utilizando a vacina oral até a erradicação mundial da poliomielite, o que garante uma proteção de grupo. O vírus ainda circula em 25 países.
Esquema sequencial
Por causa da recomendação da Opas, o Brasil utilizará um esquema sequencial, com as duas vacinas. A injetável será aplicada aos dois e aos quatro meses de idade e a vacina oral será utilizada nos reforços, aos seis e aos 15 meses de idade.
Como fica a vacinação contra pólio
Idade | Vacina |
2 meses | Vacina Inativada poliomielite (injetável) |
4 meses | Vacina Inativada poliomielite (injetável) |
6 meses | Vacina oral poliomielite (atenuada) |
15 meses | Vacina oral poliomielite (atenuada) |
As campanhas anuais contra poliomielite também serão modificadas. Na primeira etapa - a ser realizada em 16 de junho - tudo continua como antes: todas as crianças menores de cinco anos receberão uma dose da vacina injetável, independente de terem sido vacinadas anteriormente.
Na segunda etapa da campanha - que ocorrerá em agosto - todas as crianças menores de cinco anos devem comparecer aos postos de saúde, levando o Cartão de Vacinação. A caderneta será avaliada para a atualização das vacinas que estiverem em atraso. Essa segunda etapa será chamada de Campanha Nacional de Multivacinação, possibilitando que o país aumente as coberturas vacinais, atingindo as crianças de forma homogênea, em todos os municípios brasileiros.
Em relação à vacina pentavalente, o secretário diz que a medida reflete uma tendência, já que facilita a administração, diminui o medo da criança pelo número menor de picadas e reduz custos de armazenamento e transporte. Ela será produzida em parceria com os laboratórios Fiocruz/Bio-Manguinhos e Instituto Butantan. As crianças serão vacinadas aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade.
Heptavalente e HPV
Barbosa informa que o governo está fazendo estudos para implementar a vacina hexavalente (penta somada à da pólio) e a heptavalente (que também protege contra meningite C) no calendário em até quatro anos.
A vacina heptavalente será desenvolvida em parceria com laboratórios Fiocruz/Bio-manguinhos, Instituto Butantan e Fundação Ezequiel Dias. A tecnologia envolvida é resultado de um acordo de transferência entre o Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz, e o laboratório Sanofi.
Outras vacinas que estão "em processo de conversa" são as da varicela (catapora) e do HPV. "O Ministério está avaliando custo-efetividade, impacto epidemiológico e acordo de transferência tecnológica", disse.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o governo está interessado em uma vacina contra o HPV que seja mais ampla que as que existem hoje no mercado. "Ao proteger contra quatro tipos de vírus, você pode aumentar a participação de outros tipos", afirmou.
Investimento
Com a implantação da pentavalente haverá uma economia de R$ 700 mil ao ano, devido à redução no preço da vacina, além da diminuição do custo de operacionalização (transporte, armazenamento, seringas e agulhas). No decorrer desse ano, o Ministério da Saúde irá adquirir 8,8 milhões de doses da pentavalente, a um custo de R$ 91 milhões. Também serão adquiridas outras 8 milhões de doses da vacina injetável contra a pólio, ao custo de R$ 40 milhões.
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