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Infarto na mulher muitas vezes é confundido com outras doenças, alerta médico

Do UOL

Em São Paulo

08/03/2012 07h00

No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta-feira (8), médicos alertam para o aumento no número de mortes por doenças cardiovasculares entre o sexo feminino. Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade de mulheres por doença cardiovascular alcançou 36,7% em 2006. Já para o câncer, a taxa é de 17,6%.

“As mulheres têm a anatomia do coração diferenciada e costumam apresentar sintomas de infarto que muitas vezes são confundidos com outras doenças”, alerta o cardiologista Roque Savioli, autor do livro “Um Coração de Mulher” (Ed. Canção Nova).

De acordo com o médico, a doença cardiovascular em geral aparece dez anos mais tarde nas mulheres em relação aos homens. Em especial porque a queda do hormônio estrogênio, na menopausa, as coloca em risco.

Por questões anatômicas, os infartos costumam ocorrer de forma mais súbita. Isso significa que é mais comum aos homens sentirem dor ou aperto no peito ao fazerem algum esforço, o que os faz buscar ajuda antes de o infarto ocorrer de fato.

Além disso, Savioli lembra que as mulheres têm mais resistência à dor, por isso acabam sendo atendidas mais tarde. “Há um estudo que mostra que, enquanto os homens são atendidos 20 minutos após chegar ao hospital, as mulheres são socorridas após 30 minutos”, cita o cardiologista.

Em muitos casos, os sintomas do infarto são confundidos com problemas digestivos. “Não é incomum mulheres descreverem que médicos antecipadamente as classificam como hipocondríacas, relacionando seus sintomas à menopausa, estresse, e ou ataques de pânico”, acrescenta.

Os principais fatores de risco para o coração são a hipertensão (pressão alta), a obesidade, o tabagismo e o colesterol (LDL) alto. O risco cardiovascular para mulheres que fumam e usam pílula anticoncepcional é seis vezes maior.