Alternativas mais saudáveis ao açúcar ganham espaço no mercado brasileiro
Já imaginou algo equivalente ao açúcar, mas que não engordasse? Pois esta maravilha já existe! Para quem quer comer doce sem culpa, o agave e o FOS são duas opções saudáveis que já estão no mercado brasileiro.
O agave é uma planta mexicana, de onde é retirado um xarope adocicado, com a consistência do mel, que pode ser usado para adoçar comidas e bebidas sem preocupação, pois não engorda: tem apenas 3,34 calorias por grama. “O agave é uma opção mais saudável porque é um alimento orgânico, de baixo índice glicêmico e que apresenta poder adoçante maior do que o açúcar comum”, diz a nutricionista Juliana Dragone.
Por ser natural, o agave também possui várias vantagens, segundo a nutricionista Bruna Murta, da Mundo Verde, pois realça o sabor dos alimentos e tem absorção mais lenta, sendo indicado para quem quer emagrecer. “O grande benefício é ser um produto orgânico, livre de contaminação química, 100% natural, sem glúten e sem lactose”, explica.
E é versátil: pode ser usado também no preparo de alimentos, como bolos e tortas. Mas deve ser consumido com moderação: por ser fonte de frutose, seu consumo exagerado pode aumentar os níveis de triglicérides e de glicemia, não sendo indicado para diabéticos.
“O agave é um grande aliado para quem busca uma alimentação saudável. É uma opção nutritiva, rica em sais minerais (ferro, cálcio, potássio e magnésio)”, diz a nutricionista Bruna di Chiara Passos. Popular em vários países, como Estados Unidos, Canadá e México, já está sendo comercializado no Brasil, mas apenas em lojas de produtos naturais, com preço ainda não muito doce: uma embalagem de 330 gramas custa cerca de R$ 19,00.
Tecnologia Nacional
Outra opção é o FOS (fruto-oligossacarídeos). Além de não engordar, o FOS não causa cáries e pode ser usado por diabéticos. “Ele não engorda porque sua molécula é muito grande para ser quebrada pelo organismo. Isso já não acontece com o açúcar de mesa.”, explica Michelle Ferreira De Simone, nutricionista da clínica Health Life em São Paulo. Mas as vantagens e benefícios do FOS vão muito além.
Ele pode ser classificado como um alimento funcional, pois traz muitos benefícios para a saúde como ser absorvido apenas pelos micro-organismos que vivem na parte final do intestino. “Ao ingerirem o FOS, esses organismos crescem e ajudam no tratamento de algumas enfermidades como diabetes e câncer e problemas de absorção de cálcio”, afirma Dragone.
Estudos apontam que o produto melhora o trânsito intestinal, auxilia na recuperação pós-operatória, fortalece o sistema imunológico e até contribui para prevenir o câncer de cólon e de mama. Só se deve ter cuidado e não exagerar, pois o consumo excessivo pode causar diarreia e flatulência. Cada organismo tem sua tolerância de consumo, mas recomenda-se algo em torno de 6 a 8 gramas por dia.
O FOS é muito utilizado nos Estados Unidos e em vários países da Europa. Já no Japão é empregado há mais de 20 anos. Ele pode ser obtido na forma de pó puro, em mistura com outros açúcares ou ainda em cápsulas. Geralmente é encontrado como ingrediente de produtos como barras de cereais, leite em pó, chicletes, sorvetes, biscoitos, doces e sucos, ou como complemento alimentar em produtos de alimentação infantil.
No Brasil, a variedade é bem mais modesta e praticamente se resume a fórmulas infantis ou complementos alimentares. E o que encarece muito o produto é o fato de ser importado. Porém, a Unicamp desenvolveu um novo processo para a produção do FOS com tecnologia totalmente nacional, o que poderá baratear – e muito – o produto. No entanto, ainda não há previsão de quando esta tecnologia entrará em escala industrial.
Vilão branco
O açúcar refinado branco – o mais usado no país – é cada vez mais apontado como o grande vilão das dietas saudáveis. Ele é comumente associado a graves problemas de saúde, como diabetes e obesidade, além de engordar e causar cáries. Mas essa é só a ponta do iceberg.
Consumido em excesso, o açúcar refinado contribui para depósito de gordura corporal; colabora para o envelhecimento precoce, pois provoca a perda de elasticidade dos tecidos; enfraquece dentes, ossos e o sistema imunológico; empobrece o aproveitamento e a fixação de nutrientes; e causa problemas digestivos.
“Infelizmente o açúcar branco refinado não contém nenhum valor nutritivo, apenas calorias”, aponta Dragone, que ainda lembra que uma colher de sopa de açúcar equivale a 125 calorias.
A Associação Americana de Cardiologia indica o consumo diário de açúcar de, no máximo, 100 calorias, ou seja, 25 gramas para mulheres, e de 150 calorias, correspondendo a 37,5 gramas, para homens. “O açúcar é tóxico e quando consumido em excesso, é armazenado sob a forma de triglicérides, aumentando o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e depósito de gordura corporal nas vísceras, órgãos e sistemas”, afirma Passos.
Com tantas desvantagens assim, muitas pessoas têm procurado alternativas mais saudáveis. Além do extrato de agave e do FOS, os nutricionistas recomendam o uso de adoçantes ou stévia (adoçante de origem natural).
Para quem não gosta de adoçantes, Dragone sugere então o consumo do açúcar mascavo: “A escolha do açúcar mascavo ou orgânico é a melhor opção, pois é rico em nutrientes como cálcio, ferro, potássio, magnésio, fósforo, sódio, flúor e cobre. Também possui vitaminas como A, D, E, C e do complexo B”. Isso sem contar que é menos calórico: uma colher de chá tem apenas 15 calorias.
Dez motivos para não exagerar no açúcar
1. Pode desativar o sistema imunológico e prejudicar a defesa contra doenças infecciosas |
2. Interfere na absorção de cálcio e magnésio e de proteínas |
3. Pode provocar um aumento rápido da adrenalina, da hiperatividade, da ansiedade, da dificuldade de concentração e da irritabilidade, especialmente em crianças |
4. Pode aumentar o nível total de colesterol e triglicerídeos |
5. Gera a perda de elasticidade e funcionalidade dos tecidos e, consequentemente, o envelhecimento precoce |
6. Pode aumentar o nível de glicose em jejum e levar, como reação, à hipoglicemia |
7. Pode gerar muitos problemas do trato gastrointestinal, como gastrite, indigestão e colite ulcerativa |
8. Pode causar uma queda na sensibilidade à insulina levando ao desenvolvimento de diabetes |
9. Pode originar aterosclerose e doenças cardiovasculares, e também contribuir para a osteoporose |
10. É um dos grandes responsáveis pela obesidade Fonte: Roche - Divisão diagnostics para pacientes e profissionais de saúde |
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