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Lipoaspiração é a cirurgia plástica mais realizada no Brasil; saiba quais os riscos envolvidos

Tatiana Pronin

Do UOL, em São Paulo

26/01/2013 07h00

Um levantamento apresentado esta semana mostra que a lipoaspiração voltou a ser a cirurgia plástica mais realizada no Brasil. Em 2011, foram feitos mais 211 mil procedimentos desse tipo, segundo a pesquisa feita pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, com participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

A lipoaspiração chegou a ser a modalidade mais procurada em 2004, mas foi ultrapassada pela cirurgia de aumento de mama em 2007. Em 2011, voltou ao primeiro lugar.

Casos de complicações em pacientes submetidos a lipoaspiração são noticiados pela imprensa com alguma frequência. Um dos mais recentes é o de Nayara Cristina Patracão, jovem de 24 anos que, após parada cardiorrespiratória durante o procedimento, em São Carlos (SP), no dia 15 de janeiro. Ela está internada em estado grave.

Segundo o cirurgião José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, mais de 85% das denúncias relativas a cirurgias plásticas encaminhadas ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) referem-se a médicos que não tinham título de especialista. O médico diz que a sociedade não tem nenhuma estatística sobre o índice de mortalidade das cirurgias plásticas.

Aboudib ainda ressalta que é preciso considerar o alto número de procedimentos realizados no país, e o destaque dado em casos de intercorrências durante a lipoaspiração. "Quando uma pessoa morre em uma cirurgia de hérnia, por exemplo, ninguém fica sabendo", comenta. 

O cirurgião enfatiza que é importante sempre buscar profissionais credenciados, informar-se sobre a clínica ou o hospital onde o procedimento será feito, perguntar sobre os riscos da cirurgia e informar ao médico (e também ao anestesista) detalhes como problemas de saúde, alergias, e uso de medicamentos (inclusive naturais) ou substâncias ilícitas. "O uso de drogas muitas vezes é ocultado e pode causar reações diferentes à anestesia", justifica.

Todos esses cuidados não impedem a ocorrência de problemas, mas diminuem bastante os riscos. As complicações mais comuns da lipoaspiração, segundo Aboudib, são perfuração de órgão (caso que pode ser decorrentes de erro médico ou não, de acordo com ele), reações à anestesia (como queda súbita de pressão e arritmias) e tromboembolismo (coágulo formado no vaso que causa embolia pulmonar).