Causas do mau hálito quase sempre estão na boca, e não no estômago, dizem os especialistas
Mau hálito é um daqueles assuntos constrangedores que dificilmente vem à tona. Mas, para quem apresenta o distúrbio, o ideal é encará-lo, pois na maioria dos casos é possível resolvê-lo com medidas simples.
“A higienização correta pode ser muito eficiente porque em mais de 80% das ocorrências o problema se origina na boca, e não no estômago”, afirma Hugo Roberto Lewgoy, mestre e doutor pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP), professor titular de Clínica Integrada de Atenção Básica e Biomateriais da Uniban.
Segundo o especialista, é normal ter mau hálito durante algumas horas do dia, porém não permanentemente. Quer dizer, tem que saber diferenciar a halitose fisiológica da patológica. A primeira se caracteriza por aquele cheirinho desagradável que quase todos os mortais apresentam quando acordam, relacionado ao metabolismo do corpo humano: ocorre em decorrência de uma leve hipoglicemia noturna (redução da taxa de açúcar) provocada pelo menor fluxo salivar durante o sono, aliada ao aumento da flora bacteriana.
Limpeza correta é fundamental
Tal desconforto, no entanto, tende a desaparecer após a primeira refeição, seguida da limpeza dos dentes, das gengivas (com escovas interdental e dental convencional) e da língua (realizada com raspadores ou higienizadores linguais). “No caso patológico, é preciso procurar ajuda e recorrer a um tratamento especializado”, alerta Flávio Luposeli, cirurgião dentista especialista em estética do sorriso, pós-graduado pela Sociedade Paulista de Ortodontia, com mestrado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Também é importante não fazer jejum prolongado”, completa Maurício Duarte da Conceição, pós-graduado em halitose pela Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, membro fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Halitose.
Quem avisa, amigo é
A melhor forma de uma pessoa saber se tem mau hálito é perguntando a alguém íntimo. Um parente próximo ou um amigo verdadeiro podem ajudar, revelando o transtorno para quem o tem. “Mas é bom procurar alguém sério e de confiança, que não dará conotação pejorativa à pergunta”, aconselha Hugo Lewgoy. “Vale perguntar para um confidente em diferentes horários ao longo do dia”, completa Maurício Duarte da Conceição.
Para aqueles que querem alertar, mas se sentem constrangidos, há uma alternativa. Quando se entra no site da Associação Brasileira de Halitose, logo uma caixa se abre perguntando: “Quer ajudar um amigo (a) que tem o hálito alterado?”.
O programa, chamado SOS Mau Hálito, pretende alertar as pessoas sobre o distúrbio. Ao clicar na janela, você escolhe a forma de avisar ao amigo – por carta ou e-mail –, mantendo seu nome em sigilo.
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