Trump anuncia antivacina Robert F. Kennedy Jr. como Secretário da Saúde

O presidente eleito Donald Trump anunciou Robert F. Kennedy Jr. como Secretário da Saúde dos Estados Unidos em seu futuro governo.

O que aconteceu

Kennedy vai ajudar a fazer "América grande e saudável novamente", diz Trump. Em publicação na sua rede social Truth Social, o presidente-eleito disse estar "animado em anunciar" RFK Jr. como Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

Em anúncio, Trump acusa empresas de desinformação sobre saúde e alimentos. "Os americanos foram esmagados pelo complexo industrial de alimentos e pelas empresas farmacêuticas que se envolveram em engano, desinformação e informação enganosa quando se trata de Saúde Pública", escreveu.

Área é "a mais importante de qualquer governo", segundo presidente-eleito. "A Secretaria de Saúde e Serviços Humanos desempenhará um papel importante em ajudar a garantir que todos estejam protegidos de produtos químicos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e aditivos alimentares que contribuíram para a crise de saúde avassaladora neste país", publicou.

Robert Kennedy Jr. foi candidato independente à presidência, mas desistiu e anunciou apoio a Trump. Em agosto, ele afirmou que escolheu apoiar Trump, e não Kamala Harris, pela "liberdade de expressão, guerra na Ucrânia e guerra às crianças". Desde então, ele participou de comícios com o presidente eleito e discursou a seu favor múltiplas vezes.

Semana passada, RFK Jr. mentiu e afirmou que "nunca foi antivacina". Questionado pela NBC se retiraria as vacinas de pessoas caso fosse indicado ao governo, disse que não e que "se as vacinas estão funcionando para alguém, não vou tirá-las. As pessoas devem ter escolha, e essa escolha deve ser informada pelas melhores informações".

O ex-candidato já deu diversas declarações mentirosas relacionando as vacinas a autismo.

Quem é Robert F. Kennedy Jr.?

Membro de dinastia política. RFK Jr. é sobrinho do ex-presidente John Fitzgerald Kennedy, que foi ocupou a Casa Branca de 1961 até 22 de novembro de 1963, quando foi assassinado durante um evento público em Dallas em uma das histórias mais famosas da política. JFK, como era conhecido, é até hoje um dos mais presidentes mais populares da história do país.

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Pai também foi morto em crime político. Robert Francis Kennedy foi procurador-geral dos Estados Unidos e depois se elegeu senador. Em 1968, ainda como integrante do Congresso, fazia campanha para as eleições presidenciais quando foi assassinado em um hotel em Los Angeles.

Tem formação de elite, é ambientalista e ativista antivacina. Bacharel na Universidade de Harvard e doutor em direito pela London School of Economics, o candidato sempre advogou pela defesa do meio-ambiente, indígenas e fontes de energia renováveis. Desde 2005, ele espalha desinformação sobre vacinas e imunizantes.

RFK Jr. é considerado um "conspiracionista". Várias vezes ele já comparou a vacinação com um "holocausto" e afirmou que os imunizantes "causam autismo" em crianças, o que é falso. Em 2021, o Instagram suspendeu a conta dele por "repetidamente compartilhar informações falsas sobre a Covid-19".

Disse que verme comeu parte de seu cérebro, em 2012. Kennedy Jr. afirmou em um depoimento que descobriu que um parasita entrou em sua cabeça, comeu parte de seu cérebro e morreu. Ao New York Times, ele afirmou que não sofre efeitos de ambos os problemas. No X (antigo Twitter), ainda brincou com a situação, se oferecendo para "comer mais 5 vermes cerebrais e ainda assim vencer o presidente Trump e o presidente Biden em um debate".

Afastamento de Clã Kennedy se deu por declarações na pandemia. Em um discurso de 2022, RFK Jr. sugeriu que as medidas de distanciamento promovidas pelo governo Biden deixava os americanos com menos liberdade do que judeus na Alemanha nazista. As falas não foram bem-recebidas pelo resto da família, que publicou uma carta de repúdio. Mais tarde, ele se desculpou.

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