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Por que algumas pessoas nunca engordam? Estudo com ratos pode explicar

A adipolina pode explicar por que certas pessoas comem batata frita à vontade e continuam magras - Think Stock
A adipolina pode explicar por que certas pessoas comem batata frita à vontade e continuam magras Imagem: Think Stock

Do UOL

Em São Paulo

07/05/2013 11h47

O mistério que faz com que certas pessoas comam hambúrgueres e batatas fritas à vontade e nunca engordem está perto de ser solucionado.

Um grupo de pesquisadores das universidades de Sydney e de New South Wales, na Austrália, descobriram uma proteína que faz ratos geneticamente modificados permanecerem magros apesar de submetidos a uma dieta cheia de gordura. A descoberta foi publicada na revista Diabetes.

Os pesquisadores já sabiam que a proteína  KLF3 é capaz de inativar genes envolvidos na produção de sangue. Para estudá-la melhor, produziram ratos sem KLF3.

Eles descobriram que os animais permaneceram magros apesar da dieta gordurosa, e ainda tiveram o metabolismo da glicose (açúcar do sangue) e a ação da insulina (hormônio que metaboliza o açúcar) melhorados, segundo o principal autor da pesquisa, Kim Bell-Anderson.

"Sabíamos que a KLF3 era importante para desligar a expressão dos genes, mas não sabíamos quais eram os genes afetados, por isso observamos a expressão de cerca de 20 mil genes para ver quais apresentavam anormalidades nos nossos ratos mutantes", explicou Bell-Anderson.

Um dos pesquisadores do grupo, Alister Funnell, percebeu que a expressão do gene responsável pela fabricação de um hormônio chamado adipolina estava aumentada nos ratos mutantes.

A adipolina é um tipo de hormônio, produzido pelas células de gordura, que entra no sangue e interfere nas respostas do organismo à comida. Os ratos mutantes apresentavam quase o dobro desse hormônio em circulação.

O grupo percebeu que, com bastante adipolina, o rato é capaz de manter seu peso e seus níveis de glicose estáveis, mesmo recebendo uma dieta cheia de gordura. Se tiver pouca, fica mais gordo e com picos nos níveis de glicose.

"O papel da proteína KLF3 e da adipolina em humanos ainda precisa ser estudado, mas terapias capazes de aumentar a quantidade desse hormônio podem ser uma esperança para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2", diz o pesquisador.