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Brasil tem poucos médicos estrangeiros porque não há estrutura, diz presidente da APM

Do UOL

Em São Paulo

24/06/2013 17h05Atualizada em 24/06/2013 17h51

Na Inglaterra, 37% dos médicos são estrangeiros. Nos EUA, a proporção é de 25%. Já no Brasil, apenas 1,7% dos médicos são de fora do país. A comparação, que tem sido repetida pelo ministro da Saúde Alexandre Padilha, foi usada também pela presidente Dilma Rousseff no pronunciamento desta segunda-feira (24). De acordo com entidades médicas, no entanto, esse número é simples reflexo da falta de estrutura da saúde no Brasil.

"Bons médicos querem trabalhar no primeiro mundo", justifica o presidente da Associação Paulista de Medicina (APM) Florisval Meinão. Para ele, é natural que haja uma procura menor de estrangeiros pelo Brasil, já que no país os profissionais trabalham em condições precárias.

O médico também chama a atenção para o fato de que nesses países citados pela presidente, as avaliações para ingresso do profissional no mercado de trabalho são rigorosas. "Na Inglaterra, por exemplo, inclusive existem exames periódicos, a cada cinco anos", enfatiza. 

Já no Brasil, a revalidação do diploma, considerada pelas entidades como uma avaliação "bastante básica", tem alto índice de reprovação: a proporção foi de 90% na última prova.

Pacto pela saúde

A presidente também mencionou, no pronunciamento, que a contratação de estrangeiros é uma medida transitória e que as vagas existentes em áreas remotas do país só devem ser preenchidas por estrangeiros quando não houver interesse por parte de profissionais brasileiros.

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Além disso, Dilma confirmou que o governo vai expandir as vagas de residência médica e o número de bolsas para estudantes de graduação interessados em participar de projetos da rede pública. As informações serão detalhadas em entrevista coletiva com o ministro da Saúde Alexandre Padilha, marcada para 10:30 horas desta terça-feira (25).

Falta de interesse

Segundo Meinão, médicos brasileiros têm receio em aceitar propostas em regiões distantes, ou mesmo nas periferias de grandes cidades, pela falta de estrutura que encontram nessas localidades. "Às vezes os prefeitos oferecem bons salários, mas faltam profissionais de saúde, equipamentos para diagnóstico e medicamentos para trabalhar. E, depois de algum tempo, os salários começam a atrasar", comenta.

Segundo o presidente da APM, é muito difícil para um médico que trabalha passa um ou dois anos nessas regiões conseguir se restabelecer, depois, em centros com melhores condições de trabalho. 

Assista à íntegra do discurso da presidente Dilma

Manifestantes saem às ruas em protestos pelo Brasil
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