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Cápsulas de alho não funcionam contra candidíase vaginal

O estudo é pequeno, mas reforça a falta de evidências científicas da eficácia do alho contra a candidíase - Thinkstock
O estudo é pequeno, mas reforça a falta de evidências científicas da eficácia do alho contra a candidíase Imagem: Thinkstock

The New York Times

04/01/2014 07h00

O suplemento de alho, remédio popular contra a candidíase vaginal, teve sua ineficácia demonstrada por um experimento randomizado.

Pesquisadores australianos designaram de forma aleatória 59 mulheres, de 18 a 50 anos, cujas amostras de culturas coletadas da vagina foram positivas para o Candida albicans - fungo geralmente responsável pelas infecções vaginais - a receberem três capsulas de alho de 350 miligramas ou placebos, duas vezes ao dia, por 14 dias. Os pacientes e os autores do estudo não sabiam quais participantes tinham recebido cápsulas de alho e quais tinham tomado placebo.

Os pesquisadores controlaram as variáveis idade, escolaridade, tabagismo, alergias e atividade sexual, entre outras, e não encontraram diferenças nos dois grupos no número de mulheres que permaneceram infectadas ao término de um período de duas semanas.

O estudo foi publicado online no periódico BJOG, de Obstetrícia e Ginecologia, e os autores reconhecem que a amostra era razoavelmente pequena, e que um estudo mais duradouro, com mais participantes ou doses mais altas do medicamento, talvez obtivesse resultados diferentes.

Algumas mulheres usam alho de forma tópica. Todavia, Cathy J. Watson, principal autora do estudo, afirmou que o uso tópico também nunca teve sua eficácia demonstrada.

"Se a pessoa quiser experimentar, provavelmente não fará mal. Entretanto, atualmente não existem evidências da eficácia do alho", afirmou Watson, pesquisadora da Universidade de Melbourne e enfermeira clínica do Royal Hospital da Mulher.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, os casos simples de candidíase vaginal devem ser tratados com um dos diversos cremes, óvulos e comprimidos antifúngicos disponíveis sem receita, e o tratamento geralmente dura menos de duas semanas. Os casos graves ou recorrentes talvez requeiram um tratamento adicional.